ASSINE
search button

Crítica: 'Prometheus'

Compartilhar

Bem no estilo grandioso de Avatar, Ridley Scott (Robin Hood, 2010) começou 2012 com o pé esquerdo. A frente da produção Prometheus, o diretor dá forma a uma pré-sequência fraca do clássico Alien: O Oitavo Passageiro. No sucesso de 1979 a expedição espacial sai da Terra em busca da nave exploratória Prometheus, que foi enviada em uma missão científica. Nesta megaprodução, que estreia próximo dia 15, temos as respostas do que aconteceu à nave - em uma ficção científica pretensiosa que tenta compensar o roteiro frouxo com os efeitos especiais que a tecnologia de hoje permite.

A história começa em 2089 com um casal de arqueólogos iniciando uma expedição trilionária para confirmar sua teoria de que a raça humana é descendente de extraterrestres. Segundo a teoria, os "engenheiros" (como são chamados nossos criadores) deixaram, espalhadas pelo planeta, pinturas rupestres em cavernas ermas, nas quais foi possível decifrar uma especie de convite dos criadores a uma constelação distante da Terra. Tal fato impulsiona a criação da expedição intergaláctica nomeada Prometheus, que tem o objetivo de pesquisar o surgimento da raça humana. Após quatro anos em estado de hibernação, a nave chega ao seu destino e as expedições exploratórias se iniciam, mas obviamente não vão como o planejado.

Scott não consegue fechar as pontas abertas do roteiro, recheado de cenas que não fazem sentido ou são extremamente inconclusivas para a trama, o que o torna frouxo. Durante grande parte do filme o espectador fica tentando conectar um acontecimento ao outro, achar sentido e lógica entre eles. Volta e meia o roteiro nos presenteia com algumas citações a clássicos do cinema, como Lawrence da Arábia, ou uma boa cena ou outra na qual os personagens discutem a relação entre o criador e suas criaturas. Infelizmente, essas sequências não fazem o filme e, como alguns acontecimentos importantes da trama, estão igualmente isoladas pela ação.

Ainda assim, Scott mostra que sabe dirigir bem uma ficção científica, mesmo depois de 30 anos afastado do gênero (seu último Sci-fi foi Blade Runner, de 1982). A trilha sonora e a direção de arte são reconstruções fiéis do predecessor da década de 70. É inegável que ele tem muito sucesso em recriar toda a atmosfera que há em Alien, orquestrando todos os bons elementos de um suspense - talvez de uma maneira um tanto tímida. Apesar de todos os problemas, há algumas sequencias onde o espectador se pega prendendo a respiração para acompanhar o desenrolar da trama. Pena que isso dura pouco.

Àqueles que esperam ter uma grande experiência 3D no cinema, será um desapontamento descobrir que não há sequencias no filme que explorem de verdade a tecnologia. No entanto, se não há pretensões disso, ou sequer de se ver um filme que faça algum sentido, é um bom programa. Caso contrário, fora alguns sustos bobos, não vale a investida.

Cotação: * (Regular)