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Quarenta anos sem Leila Diniz

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Dentro de uma semana, exatamente no dia 14 de junho, completam-se 40 anos do acidente que matou a atriz Leila Roque Diniz, mais conhecida como Leila Diniz. Se estivesse viva, Leila, que era nascida em Niterói, teria hoje 67 anos. Ela, no entanto, morreu precocemente em um acidente aéreo (voo da Japan Airlines 471) aos 27 anos, no auge da fama, quando retornava de uma viagem à Austrália. Um cunhado advogado se dirigiu a Nova Délhi, na Índia, local do desastre, para tratar dos restos mortais da atriz. Acabou encontrando um diário que continha diversas anotações e uma última frase, que provavelmente estava se referindo ao acidente: Está acontecendo alguma coisa muito es?.

Leila Diniz quebrou tabus de uma época em que a repressão dominava o Brasil, escandalizou ao exibir a sua gravidez de biquíni na praia, e chocou o país inteiro ao proferir a frase: Transo de manhã, de tarde e de noite. Considerada uma mulher à frente de seu tempo, ousada e que detestava convenções. Foi invejada e criticada pela sociedade machista das décadas de 1960 e 1970.

Leila falava de sua vida pessoal sem nenhum tipo de vergonha ou constrangimento. Concedeu diversas entrevistas marcantes à imprensa, mas a que causou um grande furor no país foi a entrevista que deu ao jornal O Pasquim em 1969. Nessa entrevista, ela, a cada trecho, falava palavrões que eram substituídos por asteriscos, e ainda disse: Você pode muito bem amar uma pessoa e ir para cama com outra. Já aconteceu comigo.

O exemplar mais vendido do jornal foi justamente esse no qual foi publicada a entrevista da atriz fluminense. E foi também depois dessa publicação que foi instaurada a censura prévia à imprensa, mais conhecida como Decreto Leila Diniz. Perseguida pela polícia política, Leila se esconde no sítio do colega de trabalho Flávio Cavalcanti, tornando-se em seguida jurada do programa do apresentador.

Leila fez tanto sucesso que o cantor Erasmo Carlos compôs a música Coqueiro Verde em sua homenagem:

Coqueiro Verde

Erasmo Carlos

Em frente ao coqueiro verde

Esperei uma eternidade

Já fumei um cigarro e meio

E Narinha não veio

Como diz Leila Diniz

O homem tem que ser durão

Se ela não chegar agora

Não precisa chegar

Pois eu vou me embora

Vou ler o meu Pasquim

Se ela chega e não me vê

Sai correndo atrás de mim


Do site Direito Global