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Iphan inaugura mostra sobre prédio histórico da Avenida Rio Branco

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Depois de cinco anos sem receber uma exposição, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Rio abre a sinuosa porta de entrada do edifício da Avenida Rio Branco, onde funciona a superintendência do instituto - um dos últimos da primeira fase de construções da avenida - para uma mostra sobre o prédio. Inicialmente, o local abrigou a Companhia Docas de Santos. Projetado pelo engenheiro paulista Ramos de Azevedo, o edifício foi construído entre os anos 1905 e 1908, na antiga Avenida Central, em comemoração ao centenário da abertura dos portos do Brasil. O imóvel foi tombado pelo Iphan em 1978 por sua importância histórica e artística.

Todo ornamentado com motivos náuticos, cartas escritas a André Gustavo Paulo de Frontin, engenheiro chefe da Comissão de Construção da Avenida Central, provam a grande quantidade de material nobre usado na construção do número 46 da avenida que introduziria o conceito de modernidade à cidade: só para o primeiro pavimento foram utilizadas 129 caixas de mármore lavrado vindo da Itália.

"O prédio que sediou a Companhia Docas de Santos é de grande importância para a história e a arquitetura do Rio. Mostrar sua história e utilizá-lo como local de exposição é uma grande iniciativa", observa o diretor do CPDoc JB Humberto Tanure.

A fachada é revestida de granito predra-de-galho, retirado do Morro da Viúva. Elementos náuticos, como navios e deuses gregos, ornamentam a frente do prédio, que mistura influências dos estilos barroco, rococó e clássico. A marcante porta de entrada, feita em jacarandá maciço pela renomada marcenaria do português Manoel Tunes, tem 4,3 metros de altura e 2,3 de largura, e até hoje é estudada por profissionais da arquitetura. Com influência barroca, é repleta de entalhes retratando navios e diversos tipos de vegetação, como folhagens de palmeiras, cana-de-açúcar e frutos de café.

“É um prédio histórico, tombado. Queremos levar à população a história deste endereço, que, além de ser lindo arquitetonicamente, está diretamente ligado à história da cidade”, diz Anne Meyer, responsável pela mostra.

A exposição

A exposição itinerante “Edifício Docas de Santos” aproveita o grande pé direito da sala de exposição para reunir documentos, fotos e até uma maquete que remontam a história deste importante marco arquitetônico. São mais de trinta painéis contendo textos e fotos de época, além de um ensaio feito especialmente para a ocasião, explorando a plasticidade dos detalhes arquitetônicos e artísticos.

"São diversos painéis, cada um falando sobre um aspecto específico do prédio. Procuramos contar um pouquinho sua história, destacando aspectos como a porta principal, as três francesas, o material de metal das dobradiças, a escadaria, o elevador, que é da época e ainda funciona", explica Anne.

Concebida para a reinauguração da sala de exposições do Iphan/RJ, a mostra Edifício Companhia Docas de Santos ficará aberta ao público a partir de 26 de março, de segunda a sexta-feira, das 9 horas às 17h30min, com entrada franca.