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Festival Sundance dá partida à maratona Indie

A cadeira do pai representa o Brasil na competitiva mundial 

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A cadeira do pai, de Luciano Moura, é o único longa-metragem brasileiro no Festival de Sundance, que começa amanhã sua 28ª edição em Park City (Utah, EUA). O filme, cuja primeira exibição internacional acontecerá no maior palco independente, integra a mostra competitiva Cinema Mundial.

Criado pelo ator e diretor Robert Redford, o Sundance teve seu início em 1981 como uma mostra local sem maiores repercussões, o US Film Festival. Ao longo dos anos teve um grande  crescimento e se transformou  em um mega evento e numa caça ao ouro pelos distribuidores e olheiros, na busca daquele  filme inovador e criativo de baixo orçamento que de repente poderá render milhões.

John Cooper, diretor do Festival, avalia que a edição 2012  traz uma enorme e inédita diversidade de temas. “Isso tornou a seleção bem mais difícil. Muitos filmes da programação quebram estilos convencionais e inovam na forma de contar histórias”, afirma Cooper, no seu terceiro  ano à frente do Sundance, em substituição à Geoffrey Gilmore que dirigia o evento desde 1990.

As modificações introduzidas nas duas últimas edições serão mantidas. A principal delas é que não há mais título de abertura. Ao invés de apenas um filme iniciar o evento  serão exibidos um drama e um documentário da competição para representar cada um dos principais grupos de filmes do festival.

 As duas principais mostras americanas competitivas do festival – a de documentários e a dramática – serão abertas pelos filmes: The Queen of Versailles  de Lauren Greenfield e   Hello I must be going, de Todd Louiso, que serão exibidos em sessões contínuas no Eccles, maior cinema de Park City.

  Simultaneamente, Wish you were here!,  de Kieran Darcy-Smith (Austrália) e Searching for sugar man, de Malik Bendjelloul (Dinamarca / Inglaterra) abrirão, no Cine Library, as mostras competitivas  internacionais de ficção e documentário.

Brasil

 A cadeira do pai conta uma história de redenção e busca de identidade. O filme segue Theo (Wagner Moura), um homem em crise existencial. Sua mulher pediu o divórcio, seu pai está morrendo e, para piorar tudo, seu filho de 15 anos desaparece repentinamente. Ao sair no encalço do  jovem, Theo empreende uma jornada interior em busca de si mesmo.  O filme tem o roteiro de Elena Soarez.

 O Brasil está também representado – ainda que indiretamente – em quatro outros momentos:

   Na produção Chile / Argentina / Espanha / Brasil (leia-se Agência Nacional de Cinema – Ancine), Violeta se fué a los cielos, de Andrés Wood, sobre a cantora chilena Violeta Parra.

Também na competição dramática americana com o thriller neo noir  Simon Killer, de Antonio Campos, que é filho da italiana Rose Ganguzza com o  jornalista brasileiro Lucas Mendes (conhecido pelo programa Manhattan Connection); e com o drama Keep the lights on, de Ira Sachs, que tem o roteiro de Mauricio Zacharias (Madame Satã, O céu de Suely);

Por fim,  na mostra Midnight com Grabbers, dirigido por Jon Wright e produzido, entre outros, pelo brasileiro Eduardo Levy, radicado em Los Angeles. O filme é passado numa pequena vila de pescadores que repentinamente começa a ser atacada por alienígenas.

Competitivas americanas

As duas mostras dos Estados Unidos de ficção e documentários são as mais importantes do festival.  Composta de 16 filmes cada uma, nesta 28ª edição é composta basicamente por diretores estreantes ou em seu segundo filme.

Na competição dramática, além do filme de Campos,  um dos mais aguardados é The surrogate, de Ben Lewin, estrelado por John Hawkes, Helen Hunt e William Macy, que narra um drama de um poeta e jornalista de 36 anos. 

Na de documentários, se destacam The house I live in, de Eugene Jarecki,  sobre a guerra de drogas nos Estados Unidos; e The invisible war, de Kirby Dick,  um exame investigativo e emocionalmente poderoso sobre estupro de soldados entre os militares americanos.  Dick já esteve no Sundance em outras edições e Jarecki ganhou em 2005 o Grande Prêmio do Júri, com Why we fight.

Paralelas

Criada para expor a diversidade do cinema independente contemporâneo, através do trabalho de diretores americanos e internacionais, os destaques da Premiere vem de  nomes já consagrados como Spike Lee e Stephen Frears.

Na mostra que inclui 16 filmes, todos com lançamento mundial no Sundance, Lee vai apresentar  Red hook summer,  sobre um jovem de Atlanta que vai passar suas férias no Brooklyn com o avô que ele ainda não conhecia.

Estrelado por Catherine Zeta-Jones e Bruce Willis, o filme de Frears – Lay the favorite – segue uma jovem aventureira que se envolve, em Las Vegas, com um grupo de homens mais velhos.     

The words (USA) encerra o evento no dia 29.  Dirigido e roteirizado por  Brian Klugman e Lee Sternthal, o filme tem no elenco Bradley Cooper, Jeremy Irons, Denis Quaid e Olivia Wilde.