ASSINE
search button

Tony Tornado quer que seu filho continue "legado" na música

Compartilhar

O ator e cantor Tony Tornado (o Damião de Cordel Encantado, da Rede Globo), 81 anos, quer que seu filho, Lincoln Tornado, dê continuidade ao seu legado. O jovem de 25 anos, formado em Educação Física e que por quatro anos serviu ao Exército Brasileiro, está atualmente no elenco de apoio de O Astro, nova novela das 23h também na Globo e quer se lançar como músico.

Lincoln, que vive um dos capangas de Natalino (Antônio Calloni) no remake de Janete Clair, se divide como backing vocal do pai e promotor de eventos no Rio. No show de Tony, ele apresenta duas músicas solo (Soul Suburbano e Deusa do Amor), assim como aconteceu nessa sexta-feira (22) na apresentação do Black na Cena, festival que reúne em São Paulo expoentes da música afro.

Em entrevista ao Portal Terra, Tony explicou que Lincoln tem vantagens: "ele sabe dançar melhor que eu, é totalmente independente, e naquela época tive problemas", lembrou, referindo-se a anos de exílio político por causa da Ditadura Militar instaurada no Brasil em 1964. "Acho que ele vai se dar muito bem porque tem identidade, sabe como a banda toca, venho falando disso pra ele desde pequeno", comentou, apesar de ter aconselhado o filho a não largar o Serviço Militar para seguir a carreira artística.

Lincoln disse que não tem medo de ser taxado como o filho de Tony Tornado: "isso só me ajuda a ficar conhecido. Mas pode parar por aí se a pessoa não gostar". Perguntado se ele sabia que podia cantar e dançar como o pai, disparou: "eu não sabia que conseguia fazer isso". Ele falou que a primeira vez que se apresentou com o pai foi por acaso. Respondendo a um convite do compositor, Tibério Gaspar, do hit BR3, Tony estava com a garganta ruim e, para não forçar, quem fez o ensaio foi Lincoln. Ganhou a aprovação e se apresentou, fazendo um cover de I Feel Good, de James Brown.

Com a ajuda do DJ carioca Mãozinha e de Humberto Tavares, já produziu Sei Lá, que tem tocado em algumas rádios do Rio de Janeiro, como a FM O Dia. Seus planos são para, enquanto não lançar um CD físico por um selo, divulgar singles. Ele, que tem a marra carioca de malandro, diz que sua música terá uma harmonial musical para juntar gerações, com "pegadas" R&B, Soul, Black: "quero misturar a elite e a favela".

Nova geração

Sobre a nova geração da Black Music, que entre os expoentes tem Rappin Hood, Criolo (ex-Doido), Mano Brown e Emicida, disparou: "ele é um poeta (referindo-se a Emicida). Adoro. Boto muita fé que eles levem a soul music que nós batalhamos (no passado) para não ficar na marginalidade".