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Protesto no SP Fashion Week pede mais modelos negras nas passarelas

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Com faixas e um megafone, cerca de 25 integrantes da ONG Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro) realizaram um protesto na entrada da São Paulo Fashion Week, que começou nesta segunda-feira, no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera. O grupo reivindica a presença de 20% de modelos negras em desfiles do principal evento de moda da América Latina. "Ô Fashion Week, leia os jornais, o povo negro é metade e muito mais", gritavam os manifestantes.

De acordo com o diretor executivo da Educafro, frei Davi dos Santos, a entidade tentou contato com a organização da SPFW há cerca de três meses para discutir a cota que, segundo ele, atualmente é de 10% de modelos negras. No entanto, Santos garantiu que não foram atendidos.

"Essa é a terceira vez que realizamos esse tipo de manifestação. Na primeira vez, há 4 anos, conseguimos que a cota saísse do zero para 10% o número de modelos negras desfilando, mas aí descobrimos que a SPFW nos enganou ao contratar uma modelo negra que atuava no exterior. Ele fez vários desfiles e cumpriu a cota e, com isso, o Ministério Público não abriu processo contra a diretoria do evento. Nós queremos que a SPFW represente também um País que tem negros e índios", afirmou o diretor.

Frei Davi se esquivou de responder o motivo de o protesto não ter sido feito na última edição, em janeiro, durante a temporada inverno da SPFW, mas afirmou que a ONG fará novos protestos a partir desta segunda-feira. "Queremos voltar no dia do desfile da modelo mais paga", disse ele, sem citar nomes.

O diretor da Educafro garantiu que a entidade vai brigar na Justiça para aumentar o número de modelos negras em desfiles e que, em julho, será realizada uma reunião para avaliar o que ele chamou de "descaso" da SPFW sobre a questão.

A assessoria do evento foi procurada por telefone para falar sobre o assunto, mas as ligações não foram atendidas.