A venda de ingressos para o Rock in Rio mal acabou e os cambistas virtuais já começaram a agir. Desde ontem, sites de leilão como o Mercado Livre e anúncios de usuários do microblog Twitter disponibilizavam entradas para o festival com preços até 500% maiores. Os preços variam de R$ 700 até R$ 900.
"Não há mais venda de ingressos, está tudo esgotado! Não fique fora dessa...", anuncia um vendedor, no Mercado Livre. Outro usa uma suposta impossibilidade de comparecer ao espetáculo para vender ingressos por R$ 700. Para burlar os sistemas de segurança do site, ele colocou o número do seu telefone no lugar do CEP, facilitando o contato de possíveis compradores. Em sites de leilão, os usuários são proibidos de fornecer telefone ou e-mail para que a venda não seja feita por fora, ou seja, excluindo a parcela do domínio que hospeda o anúncio.
"Ainda não estou com o ingresso, ele está chegando via Sedex. Ele é de uma amiga minha, os pais dela compraram e ela desistiu de ir ao show", explica um homem, que se identifica como Vágner pelo telefone. "Assim que eu estiver com ele em mãos, eu vou postar as fotos. Me liga que a gente combina isso direito".
A venda de ingressos de espetáculos ou eventos esportivos por preço acima do original é crime contra a economia popular e está previsto na Lei 1521/1951. A pena para quem pratica este tipo de atividade vai de um a dois anos de reclusão.
Igressos esgotados
A venda oficial começou no dia 7 de maio, e nas primeiras dez horas foram vendidos 90 mil ingressos pela internet. Somando a isso, o Rock in Rio Card contabilizou 100 mil bilhetes vendidos, que acabaram em 21 dias, em novembro de 2010, com menos de 10% da programação anunciada.
O segundo lote de ingressos foi disponibilizado no último sábado, na internet e em quatro postos de venda espalhados por Rio de Janeiro e Niterói. Ontem, todas 600 mil entradas disponíveis para o espetáculo já tinham sido vendidas.