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Bob Dylan evita tom político em seu primeiro show na China

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Na terça-feira (5), o norte-americano Bob Dylan fez, finalmente, seu primeiro show na China, após 50 anos de carreira. Diante de um público de 10 mil pessoas, 90% da lotação do Ginásio dos Trabalhadores, em Pequim, o músico empolgou o público com clássicos comoLike a Rolling Stone e A Hard Rain´s A-Gonna Fall. No entanto, apesar de seu histórico, o cantor evitou discursos políticos.

O evento mostra que, aparentemente, as autoridades chinesas não têm mais receio quanto à influência de bandas estrangeiras junto à população, visto que o The Eagles, outro clássico dos EUA, também tocou recentemente na capital do país.

Em sua maioria, a plateia era formada por jovens e estrangeiros, que se mostraram frios durante as primeiras canções do repertório, originadas dos últimos discos do artista.

Num palco sem adornos, Dylan falou pouco, mas compensou os presentes demonstrando notório esforço para cantar da melhor forma possível, fato que o levou a ser aplaudido de pé ao fim do espetáculo, algo incomum para um povo acostumado a ver shows sentado.

Em um dos regimes mais duradouros do mundo, o cantor manteve distante o tom político e, diferente do que fez na capital de Taiwan, Taipé, não recitou Blowin in the Wind, sua ode contra a guerra, no encerramento do espetáculo - preferiu prometer por uma ainda duradoura permanência na estrada, com Forever Young.

De fato, canções mais politizadas, como a já citada e The Times They Are A-Changing, sucesso nos anos 1960 por alimentar sonhos de jovens revolucionários ocidentais, deram a entender que talvez a censura chinesa possa ter agido antes do show, vetando algumas delas.

O norte-americano volta a tocar na quinta-feira (7) em outra cidade chinesa, desta vez Xangai. Além disso, no dia 10 de abril ele realiza um show em Ho Chi Minh, quartel general das tropas norte-americanas durante a guerra do Vietnã.