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Iron Maiden faz show no Recife, o penúltimo no Brasil

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RECIFE - Com vocal poderoso, três guitarras arrojadas, uma bateria de peso e muitas coreografias para roqueiro nenhum colocar defeito, o Iron Maiden fez sua apresentação no Recife, a penúltima no Brasil (a banda segue na terça-feira, em Curitiba). O show começou poucos minutos depois das 20h, quando milhares de fãs (cerca de 16 mil, na expectativa da produção) começaram a gritar "Maiden! Maiden!".

A abertura, com Satellite 15... The Final Frontier, foi a única música que utilizou os dois telões nas laterais do palco com imagens espaciais e futuristas. Depois, os equipamentos serviram para ampliar cenas dos músicos, seja o vocalista em brados altos e pernas invariavelmente abertas, seja os outros músicos com a forma roqueira de tocar: jogando os cabelos compridos, levantando os braços, utilizando a guitarra como se fosse uma espingarda, uma metralhadora, um bastão.

O cenário foi feito em dois planos. No mais baixo, Steve Harris (baixo) e os guitarristas Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers se revezavam nas posições. Ao centro, o baterista Nicko McBrain, enquanto Bruce Dickinson corria para todos os lados e era o único a chegar ao plano mais alto. No fundo, painéis que eram substituídos a cada música.

The Final Frontier é uma excursão com novas músicas, mas, é lógico, velhos e queridos clássicos. Nas quatro primeiras músicas, apenas Two minutes to midnight, a terceira, não está no último disco. Por sinal, é Two minutes to midnight o primeiro momento de arrebatamento de público, com todos cantando, pulando e levantando os braços. Outros sucessos iriam encantar a massa jovem, cabeluda e com camisas pretas presente.

Dance of death e The trooper, por exemplo, são dois bons exemplos de músicas que mexeram com quem estava na frente do palco. E em The trooper, Bruce Dickinson utilizou uma casaca vermelha, característica do exército de sua majestade no século 19, e a bandeira da Grã-Bretanha. Era apenas a metade do show, que durou intensas duas horas.

Antes de tocar Blood Brothers, Bruce Dickinson contou para os presentes a passagem do Iron Maiden pelo Japão, quando o avião estava para tocar o solo de Tóquio nove minutos depois do terremoto ter começado a chacoalhar o país, antes da tsunami arrasar parte do litoral japonês. Dickinson dedicou a música às vítimas da tragédia japonesa e disse como gostava do Brasil.

A última música antes do intervalo foi Iron Maiden, com direito à participação de Eddie, na forma de um boneco de 3 metros de altura e duas luzes vermelhas no lugar dos olhos. Sucesso na boca dos fãs, coreografias nas quais os guitarristas brigavam com o mascote da banda ou que o próprio Eddie fazia alguns gestos obscenos. É heavy metal. O bis foi todo de sucessões e a despedida teve direito a arremesso de quatro baquetas, dúzias e dúzias de palhetas, além das munhequeiras e do gorro (encharcado de suor) de Bruce Dickinson, que recebeu, em troca injusta, um gorro (igualmente suado) do Santa Cruz, time na primeira colocação no campeonato pernambucano. Ele declinou do presente.