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Contra Bolsonaro, Preta Gil vai a Ministério Público, Câmara, e pede indenização

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A cantora Preta Gil entrará com uma representação junto ao Ministério Público contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), pedindo que apurem crime de intolerância racial e homofobia. Em entrevista para o programa CQC, ao responder se aprovaria o relacionamento de seu filho com uma negra, o parlamentar disse que "não corria o risco" por que eles foram "muito bem educados" e não viveram num ambiente "como lamentavelmente" era o dela.

Já na manhã desta terça-feira (29), menos de 24 horas após veiculada a entrevista, o deputado retificou suas afirmações, dizendo que não tinha entendido a pergunta.

Segundo o advogado da cantora, Ricardo Brajterman, pretendem entrar também com uma ação por danos morais. O valor será afixado pelo juiz, que vai levar em conta o potencial ofensivo. No entender de Brajterman o potencial foi "de grande conta". A indenização também leva o caráter pedagógico punitivo, para que desestimule o agressor a cometer esse tipo de conduta.

- Quando ela viu a matéria, chorou, ficou perplexa. Abalou bastante porque ela defende os negros e sempre tentou enaltecer a posição do negro na sociedade. Quando ela viu um parlamentar com esse tipo de postura, vai contra todo o trabalho que ela, o pai dela e o restante da família, sempre fizeram.

Além disso, Preta Gil vai notificar a Câmara dos Deputados, tanto a Comissão de Direitos Humanos quanto a de Ética, para que interpelem o deputado e apurem falta de decoro. ¿Foi uma atitude incondizente com a de um parlamentar dentro de um país democrático, onde o princípio maior é dignidade humana¿, diz o advogado.

>> Veja também: Jair Bolsanaro dá entrevista polêmica no 'CQC'