ASSINE
search button

Fãs do Vampire Weekend vibram com show no MECA Festival

Compartilhar

Neste último final de semana de janeiro, a praia de Atlântida, no balneário de Xangri-lá, litoral norte do Rio Grande de Sul, foi palco da primeira edição de um evento que se anunciava capaz de "ditar a nova ordem em termos de diversão e entretenimento" no Estado. Conhecida na Região Sul graças ao Planeta Atlântida, festival de música pop e rock que acontece desde 1996 e que desde de 1997 tem um versão catarinense, em Florianópolis, a praia de Atlântida abrigou do final da tarde de sábado (29) até o início da madrugada de domingo (30) o MECA Festival 2011. Diferentemente do evento que deixou a praia famosa no Sul do Brasil na década de 90 até hoje, o MECA Festival 2011 trouxe para Atlântida dois dos expoentes do indie rock internacional, Vampire Weekend e Two Door Cinema Club.

Em um sábado de sol entre nuvens e uma noite de poucas, mas brilhantes estrelas, os nova-iorquinos do Vampire Weekend e o trio irlandês do Two Door Cinema Club fizeram a felicidade do público, a grande maioria adepta da estampa xadrez e do óculos modelo Wayfarer. O estacionamento do club Jimbaran, onde ocorreu o evento, não lotou - tanto que chegar até as proximidades do palco não foi tarefa difícil em momento algum-, mas estava suficiente cheio para sentir a vibração dos fãs de Vampire Weekend e, especialmente, de Two Door Cinema Club, que pode ser tranquilamente adjetivado como o show da noite. A reação que se esperava da apresentação da Vampire Weekend foi, em realidade, sentida enquanto o Two Door Cinema Club estava no palco, um tanto quanto discreta e pouco ou quase nada lembrando o de um festival.

A empolgação e, de certa forma, o tamanho do público, foram crescendo conforme as horas transcorriam da tarde para a noite, mas certamente não correspondiam ao esperado pela organização e também pelos presentes. A banda de abertura do palco principal, o Indie Stage, a Wannabe Jalva, se deparou com ouvintes ainda tímidos, que mesmo diante das guitarras nervosas da banda gaúcha assistiram grande parte do show sentados no gramado em frente ao palco. Logo em seguida foi a vez de subir ao palco os curitibanos da Rosie And Me, banda que conseguiu fazer o público levantar do chão e, ainda que discretamente, dançar. O festival ganhou ares de festival de verdade quando a Copacabana Club subiu ao palco. Os presentes, além de dançar, cantavam em coro grande parte das letras em inglês do grupo.

Quando o sol já tinha se posto e o público que encarou algumas horas de viagem para chegar a Atlântida, ou de calor, tinha chegado, foi a vez dos irlandeses do Two Door Cinema Club. Durante pouco mais de uma hora o que se viu foi uma massa de fãs que não apenas cantavam as músicas da banda, como também gritavam e dançavam todos os ritmos. Pouco antes do sábado virar domingo, o Vampire Weekend, provavelmente a banda mais aguardada do festival todo, tomou o palco com suas batidas que misturam afro pop e indie rock. O show não teve a empolgação do Two Door Cinema Club, fosse no palco ou na plateia, mas mesmo assim arrancou gritos de felicidade de muitos ali presentes. O Contra, álbum lançado em 2010, foi o mote do repertório em um show curto que certamente deixou muita gente querendo mais da banda e do festival como um todo.

Passada as atrações principais do festival, que com certeza não atingiu sua meta de público, era vez do The Twelves, (RJ), e de Lúcio Ribeiro encerrarem o festival que, ao contrário do que prometeu, foi um "tiro curto", cuja trajetória não se sabe ao certo. Talvez, não haja.

Para o Vampire Weekend o futuro reserva um show no Via Funchal, em São Paulo, no dia 1º de fevereiro e, no Rio de Janeiro, em 3 de fevereiro no Circo Voador. Já o Two Door Cinema Club se apresenta no dia 30 de janeiro, somente no Rio de Janeiro, no mesmo disco voador.

Além do MECA

Mas nem só aos fãs de indie rock o MECA desejava agradar. Para aquelas mais chegados à música eletrônica, o festival preparou um line-up cheio de grandes nomes que ocuparam o palco do Club Stage. São eles: Layo & Bushwacka, a dupla londrina de DJs, juntos há mais de uma década, e responsáveis por um dos remix mais conhecidos de Bille Jeans, do Michael Jackson; Rick Ryan, DJ argentino que já tocou com músicos da cena eletrônica de peso, como Moby, Massive Attack, Groove Armada e que é autor de edições e mashups de The Killers, Madonna, Radiohead, entre outros. Além das atrações internacionais e de mais três gaúchas, Branko, JKZ, e Overcast, está entre os profissionais reconhecidos o brasileiro sempre lembrado Fabrício Peçanha, DJ que começou a tocar em Porto Alegre nos anos 90 e que já tem no currículo apresentações em lendários clubes, como o Coccoon, na Alemanha, Avalon, em Los Angeles, e DC10 e Amnésia, na Ilha de Ibiza.

Além dos dois palcos do MECA Festival 2011 montados no estacionamento do club Jimbaran, o Indie e o Club, o evento promove até o domingo outros dois acontecimentos. Um deles foi chamado de MECA Land e invadiu a beira da praia, mais exatamente a plataforma de Atlântida, para apresentar a exposição do fotógrafo conhecido como "The Cobra Snake", uma "iPod sessions" com You & Me, Cacá V. (Copacabana Club) e etc, e campeonatos de surf e skate.