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Desfile da transexual Lea T. marca 2° dia da SPFW

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Filha do ex-jogador Toninho Cerezo e nascida Leandro, a transexual Lea T. marcou o segundo dia da São Paulo Fashion Week, cuja maioria dos desfiles acontece no pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera. Em seu primeiro trabalho em moda no Brasil, a modelo, que mora na Itália, desfilou exclusivamente para Alexandre Herchcovitch. A expectativa durou todo o dia, já que a apresentação feminina do estilista brasileiro encerrou a sequência de sábado (29).

Com peças inspiradas na força das rochas, contrastando com a leveza de materiais como a seda, Herchcovitch usou tons de cinza mesclados com amarelo enxofre para criar looks complexos, como calças que se transformam em saias assimétricas. Ao fim da apresentação forte, surgiu Lea T., delicada, com um vestido escuro e longo e mangas rendadas por cima do amarelo enxofre. A expectativa foi, então, encerrada com aplausos discretos.

Um dos estilistas mais renomados do País, Ronaldo Lourenço abriu o dia com sua alta costura e pérolas delicadamente bordadas, em um clima anos 30. Com uma coleção considerada complexa, o criador mostrou smokings que viram estolas, golas e coletes, T-shirts que se tornam vestidos e comprimentos longos. Coloridos, apenas os beijos estampados em vermelho em algumas peças.

Ao contrário da abertura da temporada de moda, que teve as tops Raquel Zimmermann, Candice Swanepoel, Isabeli Fontana e a socialite Paris Hilton, o segundo dia foi "fraco" de celebridades. Na passarela, apenas a atriz Mayana Moura, que interpretou Melina na novela global Passione, no desfile da Neon. No domingo (30), porém, o dia promete ser movimentado. Além da atriz Fernanda Lima, que desfilará para Juliana Jabour, a SPFW terá as supermodelos Gisele Bündchen e Alessandra Ambrósio e o ator Ashton Kutcher (com a mulher, Demi Moore, na primeira fila) na Colcci.

O sábado, no entanto, foi de inovação tecnológica, com um desfile em 3D. A grife Ellus substituiu a tradicional passarela por uma com um telão em que apenas dois modelos apareciam vestindo os 31 looks. Na plateia, as cadeiras foram dispostas como uma sala de cinema e decoradas com sacos de pipoca.

Como o ambiente já denunciava, a marca usou tecidos tecnológicos, como o jeans Luminata, que brilha no escuro, calças justas, jaquetas claras, pele, botas de cano alto e curto. Para os meninos, coletes de nylon e boots super pesados foram as opções. E para quem se decepcionou com um desfile virtual, todas as peças ficaram à disposição dos convidados ao fim da apresentação.

No segundo dia, o desfile que não atendeu às expectativas foi o da grife Ghetz, que estreiou na SPFW com uma parceria com o estilista Lucas Nascimento. Após o criador mostrar características inusitadas ao tricô no Fashion Rio, o desfile em São Paulo foi considerado cansativo. Apesar disso, os casacos foram o ponto alto da coleção, com as cores preto, ouro velho, azul e amarelo.

Já a Neon agradou e mostrou que tinha muito mais a oferecer do que a presença de Mayana Moura. Com estampas que brincam, a grife construiu mulheres fortes e donas de si. As peças também mostraram grafismos, sobreposições, estampas coloridas, bordados e aplicações, em materiais como a seda, cetim, tafetá, jérsei, couro, veludo e tricô.

A grife Amapô também foi bem-sucedida ao fugir da caretice com modelos descabelados e meninas assustadoras e desejadas ao mesmo tempo. A marca apresentou uma positiva "perturbação visual" com jeans pintado a mão, cachecol de cabelo, tricô, veludo, seda, paetês, tapeçaria, blazer, calça bicolor, ternos desestruturados e assimétricos, colarinho no meio da barriga, botas hipercoloridas, coletes e alfaiataria justinha.

No domingo, quem abre os desfiles é Iódice, seguida de Juliana Jabour, Cori, Osklen e Colcci. O maior evento de moda da América Latina, que está em seu 15° ano, apresenta coleções outono-inverno até quarta-feira (2).