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Jonas Sá: um 'anormal' original mostra seu som

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Luiz Felipe Reis, Jornal do Brasil

RIO - Desde que lançou o álbum de estréia, Anormal (pelo selo Som Livre Apresenta), em janeiro, novas (e boas) idéias não param de freqüentar o imaginário rico em cores, sons e imagens de Jonas Sá. O músico se apresenta nesta terça-feira, no projeto Oi Novo Som, na boate Nuth, na Barra da Tijuca.

Aos 29 anos, o cantor responsável por doses de renovação no cenário pop-rock nacional - com letras e melodias originais - não se dedica apenas aos shows e à divulgação de seu primeiro CD, gravado e produzido em parceria com Bartolo e Moreno Veloso. Polivalente, Jonas trabalha para recuperar a carreira do pai - o músico Rô Tapajós -, finalizou sua participação como produtor do primeiro álbum do poeta Mariano Marovatto e compila suas muitas canções em inglês para futuro lançamento.

São muito projetos sendo tocados ao mesmo tempo. No entanto, é hora de focar em Anormal. Estou muito feliz com a resposta do trabalho em São Paulo. Agora, estou cuidando da minha carreira e quero fazer mais shows pelo Brasil conta. O disco do Marovatto em breve será lançado. Já comecei a gravar as canções do meu pai e estou compilando faixas de meus três supostos álbuns em inglês, Demênça, Latênça e Clemênça. É uma ode que abarca a redescoberta sexual, os devaneios, as experimentações e, por fim, a ressaca moral de um homem.

A imaginação fértil não é a toa. Jonas Sá, que durante a adolescência sonhava tornar-se cineasta, extravasa também seus impulsos 'fílmicos' como diretor e produtor de seu primeiro videoclipe, Anormal, lançado esta semana no site Myspace e no programa Território MTV.

É engraçado pensar na minha história com música e lembrar que, lá atrás, quando ainda era criança, pensava que ia fazer cinema. Eu nunca brincava de aventuras com meus amigos senão de filmes recorda.

Cinema em cada música

Inspiradas pelos álbuns conceituais do artista francês Serge Geinsbourg, pela cinematografia quente em cores do espanhol Pedro Almodóvar e pelo experimentalismo do músico americano Beck, canções como Sayonara, Mega, Tenha um bom dia, entre outras que o músico apresenta no show nesta terça, são para Jonas como seus pequenos filmes.

Apesar de a brincadeira de fazer música ter se tornado mais resistente que a de fazer filmes, passei minha vida toda fazendo canções pensando na maneira como faria cinema. Queria algo com apelo visual diz o artista.

Ele explica que toda a concepção de Anormal baseia-se em uma única e principal temática. Suas metáforas visuais e intervenções sonoras servem para tratar sobre os diferentes tipos de pessoas e personalidades.

São as relações antagônicas que temos com nossos vários eus e a forma como acabamos lidando com o mundo explica. Tento explicitar isto também musicalmente, através dos arranjos, das harmonias e das letras. Intercalo e misturo instrumentos acústicos, eletroacústicos e elétricos. São muitas texturas, temperaturas e cores. Ralei muito em estúdio para captar os sons que imaginava para cada música conclui.