ASSINE
search button

Astro da salsa cubana foge para os EUA

Compartilhar

REUTERS

HAVANA - Isaac Delgado, um dos artistas mais populares da salsa cubana, fugiu para os Estados Unidos a fim de fazer carreira internacional, disse um ex-agente dele na sexta-feira.

Delgado, 44 anos, é o maior nome da música cubana a deixar a ilha comunista nos últimos vários anos. Sua gravação de 'La Vida Es Un Carnaval', da diva Celia Cruz, em 1999, foi um grande sucesso em Cuba.

O cantor e sua família se mudaram no final de 2006 para Tampa (Flórida), segundo seu ex-agente em Havana, Raúl Escalona. Os 11 outros integrantes da banda Isaac Delgado y Su Orquestra permanecem em Cuba, adotaram um outro nome e já tem um novo vocalista, segundo Escalona.

Filho de um alfaiate e uma dançarina, Delgado começou tocando com o pianista de jazz latino Gonzalo Rubalcaba, em 1980. Fez frequentes turnês fora de Cuba com seu próprio grupo a partir de 1991, e ficou bastante popular também no México. Em 1995, tocou com Celia Cruz no Madison Square Garden, de Nova York.

Delgado foi um dos poucos músicos que, vivendo em Cuba, conseguiu superar barreiras políticas para se apresentar em Miami, onde a comunidade exilada em geral despreza os artistas que não fugiram do regime comunista.

Em Cuba, Delgado vivia confortavelmente no arborizado bairro residencial de Miramar e usava uma Mercedes-Benz, privilégio raríssimo para os cubanos, segundo vizinhos.

Seu sogro, Miguel Valdés, ex-técnico da seleção cubana de beisebol, vive em Tampa desde 2002, quando fugiu da ilha junto com o arremessador José Contreras.

A última fuga importante de um artista da ilha havia sido a do cantor de salsa Manolín, em 2001. O saxofonista Paquito D'Rivera e o trompetista Arturo Sandoval, da banda de jazz latino Irakere, desertaram em 1981 e 90, respectivamente.

Desde a revolução de 1959, inúmeros artistas e desportistas já cruzaram o estreito da Flórida em busca de fama e fortuna nos EUA. Contreras, por exemplo, conseguiu um contrato milionário ao chegar aos EUA. Em dezembro, três pugilistas, todos campeões olímpicos, desertaram quando treinavam na Venezuela.