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O som que brota na telona

Mimo divulga filmes selecionados para etapa de Paraty. Rio, SP e Olinda ficam para novembro

Divulgação -
"Legalize já"
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A organização do Festival Mimo divulgou a relação dos filmes que serão exibidos em paralelo à programação musical do evento, que chega à 15ª edição. São 30 produções selecionadas, entre curtas, médias e longas-metragens. As obras serão exibidas em quatro cidades, mas em datas diferentes. Os filmes só serão vistos no Rio entre os dias 15 e 17 de novembro, mas a programação começa agora, nos dias 28 e 29, em Paraty. As cidades de São Paulo (19 e 20 de novembro) e Olinda (23 a 25/11) completam o roteiro. A entrada é gratuita em todos os eventos programados.

A relação de filmes é dominada por documentários que abrangem o vasto universo da música brasileira, de suas sonoridades ancestrais até as novas tendências. Na etapa de Paraty serão exibidos “Ultraje”, com direção de Marc Dourdin, “Semente da música brasileira”, de Patrícia Terra, “Os Under Undergrounds, o começo”, de Nelson Botter Jr., “Inaudito”, de Gregório Gananian, e “Legalize já – Amizade nunca morre”, de Johnny Araújo e Gustavo Bonafé.

Entre os curtas selecionados, estão “6 por 20”, de Daniel Tumati, Marina Gerasso, Maria Fernanda Genuncio, Vitor Rodrigues e Luna Gámez; “É por isso que estou aqui”, de João França; “Tetê”, de Clara Lazarim, e “Travessia”, de Thiago Antunes.

A curadoria é de Rejane Zilles, cineasta e diretora do festival de cinema, que avaliou as produções junto à comissão de seleção, formada este ano pelo crítico de cinema Marcelo Janot e pela cineasta Anna Azevedo. “Estamos muito satisfeitos com a seleção deste ano. Fomos surpreendidos com um aumento considerável na quantidade de filmes inscritos e também com a qualidade das produções que elegem a música como tema”, disse, referindo-se às 182 obras inscritas para a edição deste ano.

Membra da comissão que selecionou os filmes, Janot destaca três produções que serão exibidas em Paraty: “Ultraje”, “Semente da música brasileira” e o curta “Tetê”. “Ultraje é um apanhado bem completo da trajetória de uma das mais importantes bandas do BRock, interessante não apenas para fãs, mas por mostrar como funciona a engrenagem de banda-turnê-bastidores, passando por relação com gravadora, o integrante que saiu porque teve de optar entre a mulher e a banda e o outro que optou pela vida acadêmica ao perceber que é o compositor, e não o músico, quem consegue uma vida financeiramente mais estável e controle sobre sua carreira”, observa o crítico, enfatizando que o foco está na banda, e não no vocalista Roger. “Por isso não me incomoda a ausência de menção a essa persona reacionária controversa que ele construiu sobretudo na internet”.

Ainda de acordo com Janot, “Semente da música brasileira” transmite a noção da importância que o bar Semente, na Lapa, teve para a cultura brasileira como fomentador de talentos e espaço de resistência e revitalização na histórica Lapa nos anos 1990. “É prazerosamente musical, com os números que parecem gravados para o filme bem distribuídos ao longo da narrativa. Já o curta sobre a cantora Tetê Espíndola “é extremamente bem pesquisado, com ótimo material de arquivo, uma montagem precisa, nos faz entender a personagem e sua música, sem cair na armadilha fácil que seria gastar tempo com “Escrito nas estrelas”.

Sinergia

Para Rejane Zilles, o Festival Mimo de Cinema confirma sua vocação como “plataforma de exibição e lançamento” destes filmes. “Esta sinergia entre música e cinema está a pleno vapor”, acredita a cineasta.

O Mimo teve no início no interior das igrejas de Olinda, em 2004. Desde então apresenta concertos de artistas de primeira grandeza, ao lado de uma programação paralela de cinema em que a música é a protagonista. Foi recebido de forma calorosa por público e crítica e, aos poucos, ganhando contornos educativos, com destaque para a criação do Fórum de Ideias, da Chuva de Poesias e, ano após ano, ganhou uma consistente Etapa Educativa e, posteriormente, lançou a Chuva de Poesias e os editais de música e cinema, que atraem cada vez mais interessados.

Das igrejas da cidade histórica pernambucana, o festival expandiu-se para outras cidades. Inicialmente, Recife e João Pessoa e, em seguida, Ouro Preto, Tiradentes e Paraty, até chegar ao Rio de Janeiro em 2015. A versão carioca do festival tornou-se coqueluche logo de cara, ao ultrapassar a marca de um milhão de público. A reputação atravessou fronteiras e o festival ganhou uma versão portuguesa, em 2016, na cidade de Amarante.

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SERVIÇO

PROGRAMACÃO

28/9

6 POR 20 18H

Daniel Tumati, Marina Gerasso, Maria Fernanda Genuncio, Vitor Rodrigues e Luna Gámez

O Viaduto Negrão de Lima, em Madureira, cobre pés que, em ritmos diferentes, batem no chão.

ULTRAJE 18H

Marc Dourdin

Documentário sobre Ultraje a Rigor, um dos mais influentes e irreverentes grupos da história do rock brasileiro.

É POR ISSO QUE ESTOU AQUI 20H

João França

O diretor acompanha uma residência artística no Canadá e vai a fundo nas conexões entre os participantes.

SEMENTE DA MÚSICA BRASILEIRA

Patrícia Terra

História de um grupo de músicos responsáveis pela revitalização do bairro boêmio da Lapa, que ocorreu no final dos anos 1990.

29/9

OS UNDER UNDERGROUNDS, O COMEÇO 16h

Nelson Botter Jr.

Expulso de sua banda por não ser “cool” o bastante, Heitor encontra amigos leais e um grupo.

TETÊ 18h

Clara Lazarim

O documentário explora o universo da compositora e intérprete Tetê Espindola e seu trabalho de pesquisa criativa.

INAUDITO 18h

Gregório Gananian

O guitarrista Lanny Gordin revela o seu processo libertário de composição e pensamento.

TRAVESSIA 20h

Thiago Antunes

O percurso de jovens poetas do ritmo nas rodas culturais da Zona Norte do Rio de Janeiro.

LEGALIZE JÁ – AMIZADE NUNCA MORRE

Johnny Araújo e Gustavo Bonafé

O encontro entre dois jovens que deram origem a uma das bandas mais populares do Brasil na década de 1990, o Planet Hemp.