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Militarização não é a solução

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A política pública de segurança dá mais um passo em falso. A sociedade Fluminense estará à mercê da presença de mais de 10 mil homens das Forças Armadas de segurança. Milhões serão gastos para tapar o sol com a peneira, e a sensação de segurança é o carro chefe da argumentação para esse desinvestimento. Afinal, sobram convicções para os chefes de Estado.

Já vimos esse insucesso quando o Exército brasileiro e os fuzileiros navais ocuparam algumas favelas cariocas, como a Maré por exemplo. Os ‘periquitos’, nome dados aos militares pelos moradores das favelas, passaram a fazer o papel infeliz de conter a violência urbana. Infeliz porque chegam às favelas com seus blindados e fuzis ao invés de ao menos propor cultura, saúde e educação para a favela. 

O governo federal acredita que, com mais armas, vai dar conta de conter a violência. Mero engano. 

Qualquer pessoa percebe que colocar militares nas ruas passa longe da resolução dos problemas reais que temos em nosso cotidiano. Cada dia mais a incompetência e irresponsabilidade social se revela nesse jeito golpista de governar. 

Enquanto ficamos desolados com o desemprego, nossos servidores públicos passam fome por não receberem seus respectivos salários. A Uerj cancela mais um período letivo, Rafael Braga ainda continua preso por portar uma garrafa de Pinho Sol. 

Não é com tanques de guerra que vamos pôr comida na mesa. O Governo Temer acredita que militarizar as ruas é a nossa solução. Porém, assim como a UPP foi um erro consentido, a militarização de nossas vidas também é. Estamos em mais um episódio da ditadura militar contemporânea e nosso povo não se tocou. 

*Walmyr Junior é morador de Marcílio Dias, no conjunto de favelas da Maré, é professor, membro do MNU e do Coletivo Enegrecer. Atuou como Conselheiro Nacional de Juventude (Conjuve). Integra a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ.