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A não defesa da escola pública é a não defesa da própria sociedade

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Recebo o convite carinhoso de Tiago Borba para assistir ao documentário "Nunca me sonharam", do diretor Cacau Rhode, no sábado (9), no Estação Unibanco em Botafogo.

O documentário que apresenta a trajetória difícil de alunos e alunas do Ensino Médio, através de depoimentos dos próprios alunos(as), além de gestores(as), especialistas e professores(as), nos apresenta um panorama nada animador no que se refere ao modelo do sistema educacional brasileiro hoje.

Paralelo a isso, o filme nos leva a uma enormidade de possibilidades, como as tentativas dos e das profissionais do ensino, de fazerem o que estiver ao seu alcance para minimizar as ausências afetivas e estruturais, ao mesmo tempo em que nos faz viver uma verdadeira montanha russa de emoções ao ouvir cada depoimento, ou análise.

A provocação à reflexão e à consciência de que a escola pública é responsabilidade de toda a sociedade e não só da comunidade escolar e gestores(as) públicos, fica evidente.

A reflexão dolorosa da mestra em educação, Macaé Evaristo, fazendo um paralelo entre a erradicação da mortalidade infantil e a produção de mecanismos que tiram todas as expectativas de vida plena dos jovens e adolescentes salvos na primeira infância, mas completamente vulnerabilizados nessa fase, é sem dúvida um alerta.

A escola deve ser lugar da experimentação, da troca, da construção do sujeito social, e a não defesa da escola pública, universal e de qualidade é a não defesa da própria sociedade. 

*Colunista, Consultora na ONG Asplande e Membro da Rede de Instituições do Borel