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Um triste cenário que não pode ser naturalizado

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O sofrimento a que vem sendo submetidas as crianças e mulheres das favelas do Rio de Janeiro, como o Complexo do Alemão, Acari entre outras, com operações sistemáticas e em horários de fluxo escolar vem sendo altamente danoso para esta população. O fato é que estes episódios recorrentes e cada vez mais severos vêm produzindo danos que vão além dos tristes índices de letalidade juvenil, impossibilidade de locomoção e paralisação de serviços essenciais.

Não podemos naturalizar questões como essas. É preciso que se dê visibilidade cada vez maior aos danos "colaterais" dessa forma de gestão das ações ligadas à implementação da política de segurança pública. 

O aumento dos casos de sofrimento mental, stress, hipertensão, diabetes, depressão e síndrome do pânico, embora não quantificados, podem ser observados e fazem parte dos depoimentos diários, ouvidos por exemplo, por Lúcia Cabral da ONG Educap no Complexo do Alemão.

Este triste cenário infelizmente não é encontrado somente no Alemão. É o modo de gestão destinado à espaços populares. É a mutilação cotidiana da cidadania de milhares de crianças e mulheres pobres, sujeito a todo tipo de abusos e violações, por conta da criminalização da pobreza.

É imperativo buscarmos juntos, sociedade e instituições, um caminho para a mudança desse quadro, ou perdemos todos e todas.

*Colunista, Consultora na ONG Asplande e Membro da Rede de Instituições do Borel