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Seremos todos culpados

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Com os preços cada vez mais proibitivos para a maioria da sua população, a cidade do Rio de Janeiro vem se tornando cada vez mais proibitiva para a parcela mais vulnerável que a compõe.

Não é fato de difícil compreensão que, ao se promover de forma tão agressiva a expulsão dos que não podem pagar por ela, ou a migração forçada para outras regiões deficitárias da cidade e do estado, pode se ter um efeito perturbador em um futuro bem próximo nas áreas da moradia, segurança pública, saúde, educação e principalmente na própria sociabilidade urbana.

Estamos sendo alvo, de forma quase silenciosa, de uma segregação que causará um grande impacto também nas relações de trabalho, com um sistema viário muito difícil e desgastante, beirando em alguns casos a precariedade extremamente, discrepante das afirmações quase que diárias de melhorias quase sempre pouco perceptíveis para o homem e a mulher do povo, das ruas.

É também cada vez maior em um mundo globalizado a importância das cidades neste ambiente também cada vez mais urbano. É nela que a vida  pulsa, as necessidades emergem e não é diferente conosco.

Não podemos consentir ou nos comportarmos de forma letárgica ao ver o que se passa com as crescentes remoções que penalizam de forma desumana os mais pobres, a falta de políticas para a população em situação de rua, nossos refugiados que andam de lá pra cá pelos nossos centros, na violência de viés monocromático que dizima nossos jovens e na segregação crescente.

Precisamos nos envolver, todos e todas nós, nas discussões sobre nossa cidade, exercermos de fato o controle social e provocarmos aqueles que desejam administrá-la uma relação mais transparente e cada vez mais participativa, é preciso pegarmos as rédeas do nosso lugar, porque do contrário, seremos todos culpados.

"A nossa luta é todo dia e toda hora. Favela é cidade. Não à GENTRIFICAÇÃO ao RACISMO, ao RACISMO INSTITUCIONAL, ao VOTO OBRIGATÓRIO e à REMOÇÃO!"

*Representante da Rede de Instituições do Borel, Coordenadora do Grupo Arteiras e Consultora na ONG  ASPLANDE.