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Brasil na liderança em participação feminina na pesquisacientífica 

Estudo produzido pela Elsevier analisa questões de gênero na pesquisacientífica mundial

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Em colaboração com a Academia Brasileira de Ciências e com o GenderInSITE, a Elsevier, editora com foco nas áreas de ciência e saúde, lança, no dia 22 de junho, no Rio de Janeiro, o relatório 'Gender in the Global Research Landscape', que promove a discussão sobre questões de gênero na pesquisa.

Aberto ao público, o evento será realizado às 14h30, na Academia Brasileira de Ciências.  

A proporção de mulheres entre pesquisadores aumentou entre 4 e 12 pontos percentuais de 1996-2000 a 2011-2015 entre 12 regiões analisadas. Os artigos acadêmicos das mulheres são citados ou lidos em taxas similares às dos homens, embora as mulheres tendam a publicar menos artigos e exibem um equilíbrio em termos de impacto. O Brasil aparece entre os quatro países com maior participação de mulheres entre autores de artigos científicos, com 49%, um crescimento de 10% em relação ao período anterior. Estas são algumas das principais conclusões do novo estudo global, divulgado pela Elsevier.

Com base em fontes de dados de alta qualidade, experiência analítica e uma metodologia única de identificação de gênero, o 'Gender in the Global Research Landscape' mede o desempenho da pesquisa e representação de gênero ao longo de 20 anos, em 12 países ou regiões geográficas e 27 disciplinas.  

"A participação das mulheres na pesquisa tem progredido, embora de forma incremental e desigual. Esse é um sinal de que os esforços para encorajar as mulheres a se envolverem em pesquisas, inclusive nos campos da ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, em inglês), estão dando resultados positivos", afirma Dante Cid, Vice-Presidente de Relações Acadêmicas para a América Latina da Elsevier.  

Entre 1996 e 2000, nos 12 países/regiões estudados, apenas em Portugal a população de mulheres pesquisadoras era superior a 40% do total. No período 2011-2015, nove países/regiões apresentaram uma participação de pesquisadoras de 40% ou mais: Austrália, Brasil, Canadá, Dinamarca, União Europeia, França, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos. Os outros países que ainda apresentam menos de 40 por cento de mulheres pesquisadoras são: Chile, México e Japão.   As tendências gerais encontradas em todos os países/regiões estudadas são:  

• As mulheres têm apresentado menor mobilidade internacional do que os homens; as mulheres têm menor índice de colaboração internacional em publicações de pesquisa;

• As áreas de Ciências da Saúde e das Ciências Biológicas são as que têm a maior representação de mulheres, enquanto as Ciências Físicas são dominadas pelos homens;

• As mulheres são ligeiramente menos propensas do que os homens a colaborar entre os setores acadêmicos e corporativos em artigos de pesquisa.  Os resultados para países/regiões específicos incluem:

• Austrália: em 2011-2015, a proporção de mulheres entre pesquisadores foi de 44%; um aumento em relação aos 33% em 1996-2000;

• Brasil: em 2011-2015, a proporção de mulheres entre pesquisadores foi de 49%; um crescimento em relação aos 38% em 1996-2000;

• Canadá: em 2011-2015, 45% da produção acadêmica das mulheres resultou da colaboração internacional, em comparação com os 37% para homens;

• União Europeia: em 2011-2015, as mulheres colaboraram em todos os setores acadêmicos e corporativos em publicações com uma taxa ligeiramente inferior à dos homens (4% contra 5% de sua produção acadêmica);

• Japão: em 2011-2015, um quinto dos pesquisadores eram mulheres; em média, elas publicaram mais artigos acadêmicos por pesquisador durante este período do que os homens;

• Reino Unido: Em 2011-2015, 43% da produção acadêmica das mulheres resultou da colaboração internacional, em comparação com 49% para homens;

• EUA: Em 2011-2015, a pesquisa feminina tendeu a ser baixada e citada a taxas ligeiramente mais altas do que a dos homens.   

"Muitas discussões sobre a disparidade de gênero carecem de evidências, e esta lacuna torna difícil executar intervenções e políticas eficazes. Com este relatório, trazemos uma visão empírica a estas discussões. Esses dados podem ser usados por gestores de pesquisa, agências de fomento e áreas de governo que trabalham em temas críticos em STEM", diz Dante.  

O relatório se baseia nos dados do SciVal e Scopus, da Elsevier, combinados com dados de nomes de mídias sociais, onomástica aplicada e Wikipedia. As análises foram ainda enriquecidas por contribuições de organizações e indivíduos de diversas regiões, como a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO, sigla em inglês).

Este relatório é uma continuação do relatório inovador de 2015 da Elsevier, o "Mapping Gender in the German Research Arena", e reflete uma das várias iniciativas de gênero pelas quais a Elsevier apoia, isto é, o quinto objetivo de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas (“Alcançar a igualdade de gênero e o fortalecimento de todas as mulheres”) e a Declaração de Princípios e Ações do Conselho Global de Pesquisa: Promovendo a Igualdade e o Status da Mulher na Pesquisa do Conselho Global de Pesquisa.

Para participar do evento no dia 22 de junho, na Academia Brasileira de Ciências, basta se inscrever no link httpss://pt.surveymonkey.com/r/8GXNYBP