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Refugiados celebram formatura no curso 'Portuguese for Foreigners'.

Iniciativa do Brasas, projeto ofereceu aulas e material didático gratuitos aos imigrantes

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No dia 1º de junho, alunos da primeira turma de português para estrangeiros refugiados, oferecida pelo Brasas, se reencontraram no Gringo Café para comemorar a formatura no curso 'Portuguese for Foreigners'.

Os imigrantes, considerados em situação de risco, receberam aulas e material didático gratuitos.

A turma é formada por dois colombianos, um ucraniano e um aluno da Gâmbia, que tiveram que deixar o país de origem em função de perseguição política ou religiosa intensa e hoje vivem em igrejas, graças ao projeto 'Abraço Cultural', da ONG Atados.

O curso foi realizado na unidade Brasas de Botafogo, com aulas de 2h de duração, 5 vezes por semana, de novembro de 2016 a maio de 2017. 

Andrey veio da Ucrânia com a esposa, Irina, e três filhos. Eles fugiram, principalmente, da intensa perseguição religiosa. Além disso, o país entrou em guerra, o que dificultou o acesso aos estudos para os filhos (duas meninas e um menino). “Queríamos (morar em) um país onde existissem grandes oportunidades. Aqui, o clima é bom, as pessoas se oferecem para nos ajudar e temos a liberdade de sermos o que quisermos. Mas quando você não entende o que a outra pessoa fala, isso se torna mais difícil. Agora, consigo me virar melhor sozinho”.

O professor da turma, Denis, foi homenageado com flores e disse que foi um projeto novo para ele, pois havia alunos de diferentes países e através da convivência, ele entendeu melhor as diferenças culturais entre cada lugar.

Já o colombiano Luís lamentou não estar com a família completa no país. Professor por formação em seu país de origem, ele não especifica o que o levou a abandonar a Terra Natal, mas contou que desde que os problemas começaram, teve que se mudar muitas vezes para fugir, até que a família da mulher ofereceu proteção a ela e ao filho do casal. Luís disse que não tinha o que oferecer e quis tentar a sorte no Brasil. A escolha do lugar se deu pela facilidade geográfica (fronteira) e por facilidades oferecidas pelo Mercosul. Aqui, chegou a trabalhar em restaurantes, mas confessou, com bom humor, que os colegas de profissão não tiveram muita paciência com o espanhol dele. Luís foi um dos encaminhados pela Igreja para o projeto.

Javier também colombiano e abrigado pela Igreja. Ele apenas agradeceu pela oportunidade e disse que o clima divertido das aulas ajudou a deixar o processo muito mais fácil.