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Novo teste detecta qual melhor tratamento para pacientes com câncer de próstata

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Um estudo feito pela The Institute of Cancer Research e The Royal Marsden NHS Foundation Trust, ambos do Reino Unido, relatou um novo teste de sangue que pode prever quais pacientes com câncer de próstata avançado responderão a novos tratamentos para a doença. 

Esse tipo de câncer é o segundo que mais acomete os homens no Brasil de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Os pesquisadores conseguiram detectar o DNA do tumor no sangue dos homens e achar cânceres com múltiplas cópias do gene receptor de andrógeno – conhecido por ajudar o câncer a ser resistente ao tratamento com abiraterona e enzalutamida. 

Homens com várias cópias desse gene responderam bem menos as terapias que usam abiraterona e enzalutamida – hoje usadas como tratamento padrão do câncer de próstata avançado. 

Esses homens podem ser poupados de tratamentos que não fazem efeito neles e os médicos poderiam oferecer alternativas a esses pacientes. Segundo o INCA, há um aumento observado nas taxas de incidência da doença no país, que pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), entre outras coisas.

O diagnóstico precoce do câncer de próstata é possível com a ajuda de uma série de novos testes, de acordo com Hélio Magarinos Torres, patologista clínico e diretor médico do Richet Medicina & Diagnóstico. “Eles são divididos em, basicamente, 3 categorias como diagnostico ou rastreio (PSA Total e o PSA livre), definição diagnóstica (PCA3, Índice PHI e Escore 4K) e é a medicina de precisão, feita através da análise genética de um tumor específico. Esta última representa testes úteis para a escolha do melhor tipo de terapia a ser utilizada em determinados pacientes. Recentemente, alguns desses testes começaram a ser disponibilizados nos EUA e na Europa, mas de uma forma ainda muito restrita, pois só têm indicação para casos em que as terapias convencionais falharam, possuindo custos bastante elevados”, explica Magarinos.  

A evolução do câncer de próstata normalmente é lenta, e pode levar até 15 anos para atingir um grama. Na maioria dos casos, o homem também não apresenta sintomas. Entretanto, alguns tumores crescem de forma rápida, podendo se espalhar para outros órgãos e por isso a investigação é tão importante. No Brasil, a recomendação é que homens com risco médio para o câncer de próstata comecem o rastreamento a partir dos 50 anos. Aqueles com alto risco, como os que têm um parente de primeiro grau com diagnóstico antes dos 65 anos, devem começar aos 45 anos. 

Em alguns casos específicos, quando o médico avalia que o risco é ainda maior, como quem possui caso de parente de primeiro grau com câncer de próstata em idade precoce, pode ser recomendado o rastreio a partir dos 40 anos. Dois exames são usados para diagnóstico hoje: o PSA (Antígeno Prostático Específico) e a Ressonância Magnética (RM), este último foi apontado como sendo duas vezes mais preciso que a biópsia.