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UFRJ inaugura primeiro espectrômetro 900MHz RMN da América Latina

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A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) inaugurou nesta sexta (12) o primeiro espectrômetro de ressonância magnética nuclear (RMN) de 900MHz da América Latina. O equipamento poderá reduzir pela metade os processos que duravam até um ano, nas pesquisas sobre câncer, Alzheimer e Parkinson, entre outras, além de permitir pesquisas inéditas nestes temas.

O espectrômetro também qualificará os estudos sobre dengue, zika, febre amarela e chicungunha, beneficiando uma rede de aproximadamente 400 pesquisadores do Brasil e América Latina. Antes, era necessário ir à Europa ou aos EUA para usar a tecnologia.

Organizado pelo Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem (Cenabio-UFRJ) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Biologia Estrutural e Bioimagem (Inbeb), o evento aconteceu pela manhã, no Centro de Ciências da Saúde da UFRJ.

O diretor do Cenabio, professor Adalberto Vieyra, falou das iniciativas do centro em quase duas décadas de atuação. “A palavra mais proeminente hoje em pesquisa é inovação. Nós acreditamos na pesquisa básica, na pesquisa fundamental”, disse.

“Que as fundações de apoio à pesquisa possam trazer linhas de investimentos, para que o Cenabio continue na perspectiva de incorporar novas tecnologias, promovendo o desenvolvimento acadêmico da nossa universidade”, disse Denise Nascimento, vice-reitora da UFRJ. Ela também destacou as novas perspectivas de avanços na prevenção e tratamento de doenças como dengue e chicungunha.

O evento contou com homenagens ao professor Mario Alberto Cardoso da Silva Neto, que participou ativamente do projeto e faleceu na quinta-feira (11).

Também participaram da mesa de abertura Mark Chaykovsky, representante da Bruker, fabricante do equipamento, Andrew Macrae, coordenador de assuntos internacionais do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ e Jerson Lima, professor do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) da UFRJ e diretor científico da Faperj.

Pesando cerca de cinco toneladas, o equipamento foi adquirido com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTIC), com contrapartidas da UFRJ e do Inbeb.

Técnica permite estudo de moléculas em condições próximas às fisiológicas

Amplamente usada na área de biologia, química, física e medicina, a espectrometria de ressonância magnética nuclear possibilita a determinação da estrutura de moléculas em solução, desde metabólitos a moléculas maiores, como proteínas, carboidratos e ácidos nucléicos.

O novo espectrômetro, por possuir campo magnético mais forte que os demais em funcionamento no Centro, permite a obtenção de um espectro mais delimitado de estruturas moleculares e, consequentemente, a visualização e interpretação de estruturas mais complexas.

A técnica, que permite o estudo de moléculas em condições próximas às fisiológicas, rendeu um Nobel em Química (2002) ao professor Kurt Wu?thrich, pesquisador visitante especial da UFRJ e do Inbeb, e permite compreender melhor funções e atividades de macromoléculas, assim como o entendimento de patologias e possível desenvolvimento de terapias.