ASSINE
search button

Campanha alerta para os riscos do uso dos anabolizantes

Sociedade estima que um em cada 16 estudantes adolescentes já fez uso desse tipo de hormônio

Compartilhar

Apesar de proibido, o uso de esteroides para aumentar a performance ou a forma física tem se tornado cada dia mais comum. Segundo levantamento realizado entre os médicos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), um em cada 16 adolescentes já fez uso de drogas derivadas do hormônio testosterona, mais conhecidas como anabolizantes. Desde 1996, o uso juvenil aumentou 39% entre os estudantes do nível fundamental, 67% entre estudantes do ensino médio, e 84% entre os estudantes do último ano do ensino médio.

Os especialistas estimam que os anabolizantes hormonais são a segunda droga de maior uso entre adolescentes de 12 a 17 anos. Apesar de não existir um levantamento oficial, uma vez que a substância é proibida, a SBEM estima que, no Brasil, entre os três milhões de praticantes de academia, de 8 a 55% façam uso de anabolizantes e até 70% consumam suplementos.

Preocupada com esse cenário a SBEM decidiu criar uma campanha nacional de conscientização sobre o uso de anabolizantes. Dentro do projeto de esclarecimento à população, o presidente da entidade, Alexandre Hohl, prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, que investiga a falsificação de medicamentos no estado. O médico falou sobre o uso indiscriminado de suplementos alimentares e ressaltou a contaminação desses produtos com medicamentos ou substâncias proibidas. “Essas substâncias devem ser utilizadas apenas com indicação específica para pessoas que têm deficiência de testosterona. Quando consumida por quem tem níveis normais desse hormônio, as consequências tendem a ser devastadoras para a saúde: vão de acne à impotência sexual, infertilidade, entre outros”, alerta Hohl.

A preocupação se torna ainda maior diante do preocupante aumento do uso de anabolizantes por adolescentes. Nesta faixa etária, as consequências podem ser piores, como comprometimento do crescimento, maturação óssea acelerada, aumento da frequência e duração das ereções, desenvolvimento sexual precoce, hipervirilização, crescimento do falo (hipogonadismo ou megalofalia), aumentos dos pelos púbicos e do corpo, além do ligeiro crescimento de barba.