Mais de 93 mil pessoas passaram por cirurgia bariátrica, também conhecida como redução de estômago só em 2015, de acordo com números da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Para ter bons resultados e mantê-los, contudo, é preciso acompanhamento psicológico e nutricional. Foi pensando nisto que a nutricionista Loraine Ferraz criou um grupo online para dar orientações em um trabalho de coaching. A ação é realizada por videoconferência, ao longo de dez semanas.
Para fazer parte do trabalho, que tem caráter principalmente motivacional, não é preciso parar com tratamento feito por outro profissional da nutrição ou acompanhamento com psicólogo. "Os grupos são compostos por, no máximo, 15 pessoas, e é uma novidade no setor. Semanalmente, utiliza-se as ferramentas de coaching para instruir essas pessoas que já fizeram a cirurgia bariátrica e não chegaram ao peso que desejam. O trabalho orienta para uma evolução, através de dicas nutricionais e, também, responde a perguntas muito comuns desses pacientes", comenta a doutora, que alerta não haver prescrição alguma sem avaliação presencial.
"O que se faz é levar o paciente a ter hábitos alimentares mais saudáveis. Para isso, muitas vezes, percebe-se que as necessidades são de simples esclarecimentos. Há quem tenha dúvidas, por exemplo, a respeito de adoçante. Quando isso ocorre, preparo algo de leitura rápida e dinâmica para enviar àquela pessoa. No entanto, nada de prescrição pela internet."
Motivação
De acordo com Ferraz, é alto o número de pacientes que ficam desmotivados e os que entram na classificação de “reganho”, ou seja, perdem alguns quilos, mas os recuperaram tempos depois.
O grupo também recebe pessoas que não passaram pela redução de estômago, mas que, por indicação médica, devem perder peso, pois o fator ambiental é o mais relevante ao caminho da obesidade.
"Há quem acredite que hipotiroidismo e outros fatores, como o genético, sejam os principais para o ganho de peso. Mas a falta de produção de hormônios tireoidianos suficiente refere-se a cerca de 5% dos casos de ganhos de pesos, por exemplo. A alimentação das famílias, sim, é algo muito preocupante."