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Dia 12 de maio se comemora o dia Mundial da Fibromialgia

De acordo com a Sociedade Brasileira de Fibromialgia, doença afeta de 2% a 3% da população 

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Uma doença crônica que provoca dores em todo o corpo, ainda pouco descrita na literatura e que não tem prevenção. Essa é a fibromialgia, síndrome que gera sensibilidade nas articulações, nos músculos e outros tecidos moles do organismo. Sua causa ainda não é completamente definida, mas acredita-se que o cérebro dos pacientes com a doença sofra uma diminuição da serotonina e, por isso, perca a capacidade de regular a dor. Assim, os impulsos são interpretados erroneamente.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Fibromialgia, de 2% a 3% da população brasileira sofrem com a doença, o que representa até 6 milhões de casos. Mulheres entre 35 e 50 anos representam 90% das ocorrências. Os principais sintomas são dor generalizada, fadiga, dificuldades cognitivas, dormência e formigamento nas mãos e nos pés, palpitações e redução na capacidade de se exercitar. Quem tem fibromialgia costuma descrever uma dor intensa que se espalha pelo corpo saindo da nuca, ombros, tórax, região lombar, quadris, canelas, cotovelos e joelhos.

A realidade de quem sofre com a fibromialgia, doença que passou a ser descrita apenas da década de 1990, é dolorosa. A ciência aponta a genética, infecções por vírus e doenças autoimunes, como possíveis causadores, mas não únicos. “Os pacientes apresentam muitas vezes exames laboratoriais e de imagem absolutamente normais. Muitos profissionais de saúde chegam a achar que eles fantasiam os sintomas, e os estigmatizam como hipocondríacos”, analisa o especialista em dor Paulo Renato Fonseca, diretor científico da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED) e diretor da Aliviar Medicina da Dor, no Rio de Janeiro. A fibromialgia é uma das queixas recorrentes em seu cotidiano.

Atualmente, os tratamentos disponíveis não eliminam a doença, mas buscam o alivio da dor do paciente. Alguns hábitos de vida também ajudam neste processo:

Medicamentos

Neuromoduladores e alguns medicamentos que aumentam os níveis de serotonina e noradrenalina cerebral são indicados para tratar a fibromialgia. Analgésicos comuns e anti-inflamatórios não surtem um bom efeito. Isso porque, o problema está na percepção da dor e não em um fator desencadeante.

Atividade físicas e fisioterapia

Quem tem dor dificilmente se sente disposto a praticar alguma atividade física. Mas ela é muito importante para o alivio da fibromialgia. “A escolha da atividade deve depender da dor descrita, e da capacidade de cada paciente. As mais leves, como caminhadas, são as mais indicadas para começar. Depois a pessoa pode se sentir apta a praticar outras modalidades, como o Pilates”, indica Paulo Renato Fonseca. Em alguns casos a fisioterapia é o exercício mais indicado, principalmente por conta do acompanhamento especializado.

Dormir bem

Alcançar o sono profundo, dito reparador, é muito difícil para pacientes com fibromialgia. “Muitos relatam que chegam a acordar cansados pela manhã. Para prevenir mais fatores que contribuam para um sono agitado, aconselhamos evitar alimentos e bebidas energéticas antes de dormir, assim como atividades muito excitantes”, ressalta Paulo Renato Fonseca. Em alguns casos, podem ser indicados medicações que auxiliam no sono.

Diário da dor

O paciente com fibromialgia sente dor o tempo todo, mas em determinados momentos ela pode ser agravada. Por isso, estar atento ao que aumenta a dor é fundamental. Má postura, alimentos e até uso de alguns objetos podem ser esse gatilho. Ter um caderninho para anotar esses momentos de dor aumentada ajuda na investigação e no tratamento.

Terapias relaxantes         

Massagens e outras terapias relaxantes, como a meditação, não influenciam o tratamento da fibromialgia diretamente, mas podem ajudar a aliviar tensões musculares, que se tornam mais frequentes em quem sofre com dor crônica, e psicológicas, que podem levar ao agravamento do caso. “É importante que a atividade dê prazer ao paciente e seja um momento de descontração”, ressalta o especialista.