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Rival do Uber, espanhol Cabify chegará ao Brasil em maio

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A empresa espanhola de transporte urbano via aplicativo Cabify deve iniciar suas operações no Brasil a partir de maio, começando por São Paulo, ampliando sua operação na América Latina, onde tem se expandido desde 2012.

A companhia foi criada em 2011 na Espanha e atua em modelo semelhante ao do norte-americano Uber, em que motoristas particulares são conectados a passageiros por meio de um aplicativo próprio da empresa. Em 2012, a Cabify lançou serviços no México, Peru e Chile e em 2014 estreou na Colômbia.

Segundo o chefe das operações da Cabify no Brasil, Daniel Velazco Bedoya, o lançamento da operação no Brasil neste momento se deve a um cenário regulatório mais favorável, surgido depois que a prefeitura de São Paulo regulamentou o chamado táxi preto, que trabalha apenas com aplicativos.

"O Brasil tem possibilidade de ser a maior fonte de receita da empresa. Vai ter uma operação independente dos outros países na região", disse Bedoya à Reuters, evitando comentar detalhes como projeções de mercado ou metas da companhia, mas citando a frota de 38 mil táxis da cidade como referencial.

O executivo de 26 anos é engenheiro agrônomo, mas optou por trabalhar com mobilidade. Até janeiro, era presidente no Brasil do site de compartilhamento de viagens de longa distância Tripda, que recebeu investimentos da aceleradora alemã de empresas Rocket Internet, mas acabou encerrando operações no início deste ano.

Segundo Bedoya, o interesse inicial da Cabify no Brasil envolve mais quatro cidades do país, mas ele evitou comentar os nomes e datas de lançamento do serviço nestas localidades. A companhia também avalia eventual lançamento de modalidades de serviços que envolvam vans de passageiros e até aeronaves particulares, disse ele.

A Cabify, que nas próximas duas semanas deve se instalar em escritório próprio em São Paulo, vai operar por meio de motoristas autônomos, mas a empresa não descarta incorporar a seus serviços os táxis pretos recentemente autorizados a operar na cidade.

A empresa vai oferecer sistema de cobrança distinto do utilizado pelo Uber na formação dos seus preços. Em vez de uma espécie de leilão em que horários de pico e locais com grande demanda acabam elevando os preços das corridas, a Cabify vai atuar com sistema de tarifa fixa baseada na quilometragem percorrida.

"Estamos definindo nos próximos dias as tarifas. Vão ser bastante competitivas tanto em relação ao Uber quanto em relação aos táxis", disse Bedoya. "Já tivemos alguns encontros com o governo (prefeitura) de São Paulo para discutirmos a melhor forma de entrada da empresa na cidade. Isso nos da confiança para o início das operações, afirmou.

Nos últimos meses, protestos de taxistas, alguns violentos, contra o Uber atrapalharam o trânsito de algumas cidades do país onde a empresa opera, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Bedoya avalia que o ambiente concorrencial no setor ficou mais intenso nos últimos meses no país, mas avalia que a oferta de serviços de empresas como o Uber trouxe mais passageiros às ruas.

"Entraram muitos carros no mercado sim, mas eles trouxeram muita demanda que antes nem existia, porque as pessoas nem pensavam em usar esse tipo de transporte", disse ele. "Mesmo com a queda do poder aquisitivo da população, ainda tem um contingente muito grande que não perdeu condições para usar esse tipo de transporte. Além disso, as pessoas estão deixando de usar carro para economizar."