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"Suplementação vitamínica em excesso traz riscos à saúde", alerta médico

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Em 54% das casas brasileiras, pelo menos uma pessoa faz uso de suplementos. E com o uso crescendo, aumenta também a quantidade de dúvidas que as pessoas tem em relação a eles. 

“Vemos dois fenômenos interessantes: pessoas que acreditam compensar a má alimentação e os maus hábitos de vida através de suplementação vitamínica; e aqueles que já possuem alimentação, hábitos de vida saudáveis, mas querem uma espécie de proteção extra com uso de vitaminas”, afirma Francisco Tostes, endocrinologista pós-graduado em Clínica Médica e Endocrinologia, e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Quem pode prescrever e qual é a indicação?

A suplementação só pode ser indicada por um endocrinologista ou por um nutricionista. É indicado para quando uma pessoa não consegue atingir a quantidade determinada de vitamina através da alimentação ou para atletas de alto rendimento. A prescrição deve levar em consideração sempre a saúde, idade e sexo do paciente.

Há um suplemento específico para cada idade?

As mulheres possuem necessidades especiais de ferro, cálcio, vitamina D e ácido fólico. No caso dos homens, a atenção é voltada para o selênio e licopeno, que podem reduzir o risco de câncer de próstata. Já para os idosos, recomendam-se maiores quantidades de vitaminas do complexo B, cuja deficiência está ligada a distúrbios cognitivos.

Como identificar a carência?

A deficiência de vitaminas está associada à alimentação inadequada. “Em alguns casos, pode haver incapacidade na absorção de determinada vitamina, como a B12 em indivíduos que tenham hipotireoidismo ou em idosos. Algumas vitaminas e minerais podem ser dosados no exame de sangue. Mas também é possível identificar numa consulta, quando a alimentação ou condição específica do paciente está levando à alguma deficiência”, explica o endocrinologista Francisco Tostes. A alimentação ainda é a melhor “suplementação”, podemos conseguir todos os nutrientes indispensáveis para o nosso organismo apenas com a alimentação”. É apenas uma questão de adequação a fim de incluir as fontes de nutrientes necessários para manutenção da saúde.

Quais são os riscos?

Ao contrário do que se pensa, mais nem sempre é melhor. “A suplementação em excesso pode trazer diversos malefícios à saúde. Por exemplo, o excesso de ferro pode sobrecarregar o fígado, aumentar o risco de diabetes e de doenças cardiovasculares”, alerta o médico. Além da sobrecarga de órgãos como rins, fígado e coração, pode provocar efeitos indesejáveis como retenção de líquido, palpitações e insônia.

Há diferença entre suplementos vitamínicos e alimentares?

Os suplementos vitamínicos contêm vitaminas e minerais (micronutrientes) e os suplementos alimentares apresentam quantidades significativas de carboidratos, proteínas e gorduras (macronutrientes).