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'WSJ': Reino Unido se une à guerra contra os refrigerantes

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Matéria publicada nesta quinta-feira (17) no The Wall Street Journal, conta que o governo do Reino Unido surpreendeu o mercado ontem ao anunciar um imposto sobre bebidas açucaradas, abrindo um novo campo de batalha entre a indústria mundial de refrigerantes e os formuladores de políticas públicas que buscam reduzir o consumo de açúcar.

Segundo a reportagem, George Osborne, o titular das Finanças do Reino Unido, anunciou o novo imposto sobre a venda de refrigerantes ao apresentar o orçamento de 2016. Ele estimou que a medida resultará na arrecadação de 520 milhões de libras esterlinas (US$ 735,8 milhões) no primeiro ano, com receitas menores nos anos seguintes, à medida que os fabricantes reduzam o uso de açúcar.

O escritório de Responsabilidade Orçamentária do Reino Unido calculou que, com base na meta de receita do governo, o imposto sobre bebidas açucaradas resultaria em uma cobrança de 18 centavos de libra por unidade ou 24 centavos por litro, o que “esperamos que seja repassado inteiramente ao preço pago pelos consumidores”.

O jornal americano acrescentou que os grupos que representam o setor criticaram a medida.

“Estamos extremamente decepcionados com o anúncio de hoje”, disse Ian Wright, diretor-geral da Federação de Alimentos e Bebidas, entidade que representa o setor no Reino Unido. “A criação desse imposto, infelizmente, vai resultar em menos inovação e reformulação de produtos e, para alguns fabricantes, ela certamente custará empregos.”

O governo britânico havia informado anteriormente que não tinha planos para introduzir um imposto sobre as bebidas açucaradas. Em janeiro, o primeiro-ministro David Cameron expressou relutância em considerar o imposto, embora tenha observado a necessidade de ações para combater a obesidade.

O governo havia defendido um foco em outras medidas, como o aumento da conscientização sobre os perigos de consumir muito açúcar e uma melhor rotulagem dos alimentos.

O anúncio de Osborne reflete uma mudança radical. “Não estou preparado para olhar para trás, na minha passagem por este Parlamento e [...] ter de dizer para a geração dos meus filhos: ‘Sinto muito, sabíamos que havia um problema com as bebidas açucaradas, sabíamos que causavam doenças, mas nos esquivamos das decisões difíceis e não fizemos nada”, disse ele.