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Risco de glaucoma cai 20% com alimentação adequada

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Estudo conduzido na Harvard Medical School (Estados Unidos) chegou à conclusão de que comer verduras diariamente pode baixar o risco de desenvolver glaucoma em 20% ou mais ao longo dos anos. Ao contrário da catarata, que é uma doença ocular que leva à cegueira reversível, a perda de visão por glaucoma é irreversível e atinge um milhão de brasileiros. De acordo com Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos (São Paulo), o glaucoma está relacionado com a pressão ocular. “Quanto maior a pressão do olho, maior também é a chance de ocorrer lesão do nervo óptico e consequente perda do campo visual. Essa doença faz com que as fibras do nervo óptico sejam danificadas lenta e progressivamente, criando pontos cegos que não podem ser recuperados”.

A gravidade do glaucoma faz com que estudos como o de Harvard sejam fundamentais – já que a doença pode ser prevenida. A equipe liderada pela médica Jae Kang acompanhou 64 mil pacientes entre 1984 e 2012 (Nurses Health Study) e outros 41 mil pacientes entre 1986 e 2014 (Health Professionals Follow-up Study). Todos os homens e mulheres avaliados tinham mais de 40 anos, mas nenhum tinha glaucoma no início do estudo. Depois de 25 anos de acompanhamento, 1.500 pessoas desenvolveram glaucoma. Divididos entre cinco grupos que consumiam verduras e saladas em intensidades diferentes, aqueles que incluíram mais folhas verdes na dieta diária se beneficiaram muito mais. “O glaucoma é influenciado pelo fluxo de sangue no nervo óptico. Uma substância chamada óxido nítrico desempenha um importante papel na regulação do fluxo sanguíneo. Como as saladas e verduras contêm nitratos – que são precursores do óxido nítrico – elas fazem muito bem à visão”.

Em São Paulo, Neves é um grande defensor da “dieta para os olhos”. “O óxido nítrico induz o relaxamento muscular próximo aos vasos sanguíneos e origina a vasodilatação. Sendo assim, desde a infância as pessoas deveriam incluir muitas verduras, saladas e frutas no prato. Ainda que mais estudos sejam necessários para se chegar a uma conclusão definitiva, esse é o tipo de aconselhamento que só faz bem à saúde, sem efeitos adversos”. O médico também defende abandonar velhos hábitos que fazem mal à saúde, reduzir o consumo de carboidratos e de carne vermelha, de sal e açúcar, bem como cortar gordura trans e embutidos da dieta.