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Usuários de cigarro sem fumaça estão mais propensos a desenvolverem doenças crônicas

Ainda que pouco comum, o consumo de cigarro sem fumaça vem crescendo entre os jovens

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Usuários de tabaco sem fumaça estão mais expostos à nicotina e a substâncias cancerígenas do que os dependentes do cigarro comum. É o que afirma os cientistas do Centro de Produtos de Tabaco para o Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, em uma pesquisa realizada com mais de 23 mil adultos.

O estudo procurou levantar, através de amostras de sangue e urina dos voluntários, a concentração dos resíduos tóxicos de nicotina e nitrosaminas cancerígenas em três grupos distintos: usuários de tabaco sem fumaça, usuários exclusivos de cigarros comuns e não usuários de tabaco. Nas amostras dos usuários exclusivos de tabaco sem fumaça, foi observada maior concentração de resíduos tóxicos do que nos dependentes do cigarro comum.

Para o oncologista Victor Marcondes, médico da clínica Oncomed, os usuários de tabaco sem fumaça estão mais propensos a desenvolverem doenças crônicas como diabetes e câncer.  “A exposição aos resíduos no grupo que utiliza tabaco sem fumaça é maior, o que leva a um potencial de dano maior à saúde, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento de doenças associadas ao tabagismo, como câncer de boca, de pulmão, doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão” afirma Marcondes.

Ainda que esse tipo de dependência seja menos comum do que os usuários de cigarro com fumaça, essa é uma realidade crescente, principalmente entre homens e os jovens. Acredita-se ainda que o cigarro sem fumaça seja uma alternativa menos prejudicial para tabagismo, além de ser uma opção mais barata comparada ao cigarro comum, e uma saída para os lugares onde é proibido fumar.

Para Marcondes, esse é um sinal de alerta, pois, na esperança de largar o cigarro as pessoas tendem a migrar para outras formas de tabaco. “Ainda existe a crença que o usuário de modalidades do tabaco sem fumaça corre menos riscos do que os outros. Isso é mito. Em alguns lugares do Brasil, é um hábito mascar fumo de rolo, que faz tão mal quanto o cigarro comum”.