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Mitos e verdades sobre Alzheimer serão debatidos em congresso no Rio

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O Brasil é um dos países que têm experimentado um dos maiores crescimentos populacionais na faixa acima de 60 anos de idade. O Rio de Janeiro, por sua vez, é o estado com a maior densidade populacional de idosos no país, mais ainda na Cidade do Rio de Janeiro. Copacabana, seu bairro mais célebre e conhecido mundo afora, por exemplo, tem até 35% de seus moradores com idade acima de 60 anos. Por isso, a cidade foi escolhida para receber o VIII Congresso Íberoamericano de Alzheimer, que será realizado de 15 a 17 de outubro, no CBC – Colégio Brasileiro de Cirurgiões, tendo como tema principal “Reinventando o longo caminho: envelhecimento e longevidade". 

Durante o evento serão abordados todos os segmentos da doença e os principais mitos e verdades sobre o Alzheimer, como por exemplo,  a doença é hereditária? A doença só aparece em pessoas idosas?  A doença tem cura? Ela pode ser prevenida?

Quem responde é o psiquiatra Jerson Laks, presidente do Comitê Científico do Congresso, que explica que a hereditariedade está ligada a 10 a 15% dos casos. A idade é o fator mais associado ao aparecimento da doença, que ocorre normalmente depois de 60 anos.  No entanto, ela pode aparecer a partir dos 50 anos, embora pouco comum, frisa o especialista. E informa: a doença não tem cura, mas pode ser retardada sua progressão e hoje já sabemos que  ela pode ser prevenida evitando-se, por exemplo,  o sedentarismo, obesidade,  hipertensão, beber com moderação e não fumar.

RELATÓRIO MUNDIAL DE ALZHEIMER

Segundo dados do Relatório Mundial de Alzheimer, divulgado em setembro (2015), pela Federação Alzheimer’s Disease International,   a cada  três  segundos, uma pessoa no mundo começa a apresentar sintomas de demência senil. Hoje são 46 milhões de pessoas vivendo com o problema, das quais 1,2 milhões estão no Brasi8l. E a estimativa para os próximos anos é alarmante: em 2030, devem ser  74,7 milhões de pessoas com demência no mundo e, em 2050, esse número passará para 131,5 milhões. De 2009 para cá,  cerca de 12 milhões de novos casos surgiram. No Brasil, são cem mil a cada ano, segundo os pesquisadores. O Relatório estima que o custo global do problema, pode saltar para US$ 1 trilhão já em 2018 e, por isso,  sugere que os governos criem políticas públicas para tornar o diagnóstico e os possíveis tratamentos mais eficientes e baratos.

CONGRESSO IBEROAMERICANO

Uma experiência canadense, criada por  Olivier-Hugues Terreault, como terapia para ajudar pacientes com Alzheimer , conhecida como Uma Bela Visita , vai ser apresentada e debatida durante o VIII Congresso Iberoamericano de Alzheimer. Segundo ainda o psiquiatra Jerson Laks,  a Doença de Alzheimer é um processo progressivo de declínio cognitivo, afetando também a vida social dos que dela sofrem e de  seus cuidadores e familiares. Para o seu tratamento, é necessário uma série de abordagens para manter ao máximo a independência para atividades de vida diária e também melhorar a qualidade de vida. A comunicação com os pacientes, muitas vezes, precisa ser feita por intermédio de ações e não apenas por palavras e interpretando corretamente o que os pacientes querem dizer. 

Para atender a esta necessidade complexa, um casal de palhaços, mergulhados no universo dos anos 30 a 50, visitam idosos com perda de autonomia em Instituições de Longa Duração e hospitais.  Vestidos com « roupas de domingo”, inspiradas em  vedetes de Hollywood  da época, Ângela Sofia e Marc Antoine visitam os residentes, numa abordagem artística e relacional mais próxima dos gostos culturais dos idosos, (repertório musical, danças, filmes, roupas, costumes, boas maneiras e cortesia, etc.). As intervenções buscam, através do lúdico, do imaginário e das lembranças, a individualização dos residentes, encorajando suas capacidades afetivas, sociais e recreativas. 

O grupo de atores profissionais  é treinado para se relacionar com pessoas com perdas cognitivas, especialmente Alzheimer, através de atividades teatrais interativas e improvisadas.  O objetivo é a participação ativa do idoso, a partir de como eles são e estão. Uma Bela Visita é um projeto que conta com a experiência canadense já de 15 anos,  criado por Olivier-Hugues Terreault, atualmente no Brasil. 

Durante o Congresso, serão debatidos também, entre outros temas,  O Idoso e a Sociedade, Nutrição e Atividade Física e  Avanços na Compreensão da Doença de Alzheimer.