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Animais selvagens voltam a povoar Chernobyl, afirma estudo

Para a fauna, homens são piores que desastres nucleares

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 Cerca de 30 anos após o desastre nuclear de Chernobyl, o maior já registrado na história, alces, lobos, veados e javalis voltaram a povoar a zona próxima à central nuclear, a noroeste da Ucrânia.

    O estudo "Current Biology", do professor Jim Smith, da Universidade Portsmouth, na Inglaterra, mostra que a fauna local começou a ressurgir e que, para ela, os homens são mais perigosos que acidentes nucleares.

    "É muito provável que os animais selvagens em Chernobyl estejam em maior número que antes do incidente. Isso, no entanto, não significa que para a fauna selvagem as radiações sejam uma coisa boa, apenas que a ação humana, com caça, silvicultura e agricultura, é muito pior", afirmou Smith.

    Os primeiros estudos realizados na zona de 4,2 mil quilômetros quadrados haviam mostrado os graves efeitos das radiações e uma significativa baixa da fauna selvagem. Os novos dados, baseados em levantamentos aéreos, demonstram que as populações de mamíferos voltaram.

    A relativa abundância dos animais em Chernobyl é agora semelhante a encontrada nas quatro reservas naturais incontaminadas da região. O número de lobos, por exemplo, que vive dentro ou próximo do local do acidente nuclear é cerca de sete vezes maior que o presente nas outras reservas. As pesquisas também revelaram o crescimento progressivo das populações desses animais de um a 10 anos após do desastre.

"Estes resultados demostram pela primeira vez que, independente dos potenciais efeitos da radiação em alguns animais, a zona de exclusão de Chernobyl hospeda uma abundante comunidade de mamíferos depois de quase 30 anos de exposição crônica das radiações", conclui o estudo.

    Chernobyl ficou conhecido como o maior desastre nuclear de todos os tempos. Em 26 de abril de 1986, um reator da central nuclear explodiu e liberou uma nuvem radioativa que atingiu milhares de pessoas, animais e o meio-ambiente em uma grande extensão de terras. (ANSA)