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Cresce número de idosos com doença macular

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Com o número de idosos aumentando no mundo, a doença macular relacionada à idade (DMRI)  vem aparecendo cada vez com mais freqüência e, muitas vezes por falta de informação, o oftalmologista custa a ser consultado, o que pode causar  a evolução da doença.  A  DMRI, segundo o especialista Juan Jimenez, do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, consiste na deterioração de uma região da retina chamada mácula. A mácula é uma pequena área da retina responsável pela nossa visão central, que nos permite ver detalhes finos com clareza. Atualmente, essa doença é a causa mais comum de perda irreverssível da visão central em idosos. Estima-se que no ano de 2020, até 8 milhões de pessoas com 65 anos ou mais, poderão apresentar DMRI.

Algumas pessoas idosas desenvolvem a degeneração da mácula como parte do processo de envelhecimento do organismo. Os fatores de risco para o seu desenvolvimento incluem pele clara e olhos azuis ou verdes, exposição excessiva à radiação solar, tabagismo, dieta rica em gorduras, herança genética, obesidade e  hipertensão, entre outros.

Pacientes com DMRI apresentam sintomas como borramento visual e manchas escuras ou distorção da visão central. Mais especificamente durante tarefas que exigem percepção de detalhes, como a leitura. Esses sintomas podem evoluir para perda permanente da visão central, porém não afeta a visão periférica.

Dentre suas causas está a formação de depósitos chamados drusas abaixo da retina e em alguns casos crescimento anormal de vasos sanguíneos na mesma região.

Com ou sem tratamento, a DMRI sozinha quase nunca evolui para cegueira total, já que mesmo em casos muito avançados o paciente mantém a visão periférica. Quando a DMRI leva a cegueira, ela geralmente afeta primeiro um dos olhos, podendo afetar o outro olho mais tarde.

Muitas vezes, o impacto perceptível da DMRI na visão pode ser mínimo. Um grande número de pessoas não sabem que têm DMRI até que a doença seja diagnosticada pelo oftalmologista, em um exame de rotina ou que o acometimento da visão comece a ser substancial.

Tipos de DMRI

Existem dois tipos de DMRI: seca ou atrófica e molhada ou exudativa.

DMRI seca:

O Dr. Juan Jimenez explica que cerca de 90% dos paciente têm essa forma da doença. Ela é causada pelo envelhecimento e afinamento dos tecidos da mácula. Normalmente inicia-se com pequenas drusas abaixo da retina. A mácula vai ficando cada vez mais fina e eventualmente pára de funcionar de forma apropriada. A perda da visão é geralmente gradual e muitas vezes imperceptível até que a doença já esteja avançada. Os pacientes com DMRI seca devem monitorar a visão constantemente, e se notarem qualquer mudança visual , devem contactar um oftalmologista imediatamente,  já que a forma seca pode se transformar na forma mais deletéria da doença, chamada de DMRI exudativa. Apesar de não existir tratamento para DMRI seca, alguns pacientes podem se beneficiar com suplemento de vitaminas.

DMRI exudativa

Aproximadamente,   10% dos paciente com DMRI têm a forma exudativa, que causa maior dano à visão central do que a DMRI seca. Ela ocorre quando vasos sanguíneos anormais começam a crescer embaixo da retina. Esses novos vasos sanguíneos podem extravasar líquido ou sangue, borrando ou distorcendo a visão central. A perda da visão neste tipo de degeneração macular pode ser mais rápida e mais perceptível do que na forma seca.

Á medida que esses vasos anômalos extravasam ou crescem, aumenta o risco de perda da visão central. Caso ocorra crescimento anormal de vasos em um olho, há o aumento das chances de que o mesmo ocorra no outro olho.

Como na DMRI seca, a exudativa também não pode ser curada, mas existem tratamentos que podem diminuir sua progressão e perda visual. Algumas medicações, chamadas de anti-fator de crescimento endotelial vascular (anti-VEGF), quando injetadas dentro do olho acometido, podem ajudar a parar o crescimento de novos vasos sanguíneos. Terapia fotodinâmica e fotocoagulação a laser também podem ser utilizados em menor frequência.

Quanto mais cedo a degeneração macular exudativa é diagnosticada e tratada, maior a chance de preservar a visão central. Por isso, é tão importante que o paciente e o oftalmologista monitorem com atenção a visão de cada olho.

Para a prevenção da DMRI o paciente deve fazer o controle de suas outras comorbidades como doenças cardiovasculares e hipertensão sistêmica, parar de fumar, manter um peso saudável com uma rotina de exercícios, escolher uma dieta rica em frutas e vegetais, pois as vitaminas contém antioxidantes, reduzindo o risco de desenvolvimento de DMRI, e incluir peixes na dieta, que são ricos em omega 3 e também reduzem o risco do desenvolvimento da doença. Outra medida importante para prevenir a perda visual por DMRI é manter um acompanhamento periódico com o oftalmologista para exames de rotina.