Pesquisadores da universidade canadense McGill confirmaram o vínculo entre baixos níveis de vitamina D e o risco de sofrer de esclerose múltipla, conforme publicação feita na revista especializada PLOS Medicine. De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) cerca de 35 mil brasileiros são portadores da doença, responsável por interferir na capacidade cerebral e da medula espinhal.
A pesquisa analisou quase 15 mil pessoas que tinham esclerose múltipla e cerca de 24 mil indivíduos saudáveis. O trabalho conseguiu mostrar que aqueles com baixos níveis de vitamina D têm risco redobrado de desenvolver a doença, geralmente diagnosticada entre os 20 e os 50 anos.
No Brasil, neurologistas cariocas desenvolvem nova abordagem para tratamento
Depois de cino anos de estudo,
neurologistas do Hospital São Francisco (RJ), liderados pelo chefe da
Neurologia do hospital, Fernando Figueira, apresentaram um novo estudo sobre
atrofia cerebral em pacientes com esclerose múltipla. O estudo, que analisou
191 pacientes, comprova redução do tamanho do cérebro mesmo em assintomáticos.
O especialista, que é membro da
Sociedade Americana de Neuroimagem, da Academia Americana de Neurologia e da
Academia Brasileira de Neurologia, defende que pacientes acometidos pela
doença, mesmo sem apresentarem sintomas, não estão livres do problema. Seu
estudo comprovou que 48,3% dos pacientes com esclerose múltipla assintomática
apresentam diminuição do tamanho do cérebro, o que pode levar, a médio e longo
prazos, à perda cognitiva gradual, causando lentidão no processamento de
informações, dificuldade de planejamento e abstração e, consequentemente,
dificuldades em executar tarefas diárias, inoperância profissional e até mesmo
demência.
Figueira exemplifica: um paciente com esclerose múltipla que esteja aparentemente estável e sem surtos, tomando medicação em baixa dose, pode apresentar atrofia progressiva silenciosa. “Se ele hoje tem 25 anos, estará restrito a uma cadeira de rodas ou com demência já aos 35, por conta dessa atrofia contínua”.