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ABN promove campanha de conscientização sobre esclerose múltipla

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A Esclerose Múltipla atinge de 15 a 20 habitantes entre 100.000. Afeta principalmente os jovens de 20 a 40 anos, tendo predileção pelas mulheres. Trata-se de uma inflamação no sistema nervoso que deixa múltiplas lesões endurecidas semelhantes a cicatrizes, podendo evoluir para deficiências motoras, da coordenação, da visão e do equilíbrio.

Sua causa ainda é desconhecida, mas sabe-se que fatores genéticos e do ambiente podem determinar seu aparecimento. Um dos maiores problemas da doença é que seus sintomas são facilmente confundidos com os de outras e o diagnóstico precoce é extremamente importante para que possa ser controlada.

Para alertar e conscientizar a população sobre a patologia, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN) promove, no mês de agosto, a campanha "Esclerose Múltipla: um muro que podemos juntos ultrapassar".

Elizabeth Regina Comini Frota, neurologista coordenadora do Departamento Científico de Neuroimunologia da ABN, destaca a importância da campanha: "A EM acomete pessoas jovens, cheias de planos que só estão no início da vida. Ela é crônica, imprevisível e não tem cura, e os portadores sentem como se um muro tivesse sido colocado no meio de seu caminho. Com o conhecimento e entendimento da Esclerose Múltipla, os pacientes, médicos e familiares podem ultrapassar esse obstáculo, continuando a vida da melhor forma possível e convivendo com a doença".

Durante todo o mês de agosto, diversas ações serão realizadas pela ABN nas principais capitais brasileiras: informativos, palestras, apresentações e entrevistas levarão à população conhecimentos sobre a patologia e seus sintomas, com o objetivo de desmistificá-la. "A população brasileira, de modo geral, tem poucas informações a respeito da doença, porque em nosso meio sua prevalência é menor do que em países como Estados Unidos e Canadá, por exemplo. Isso não a torna menos grave, por isso a população deve ser alertada", explica Elizabeth. 

A discriminação também é muito presente no dia-a-dia dos portadores de Esclerose Múltipla. "O preconceito é a pior parte da doença. Muitas pessoas produtivas e competentes estão trabalhando normalmente, mas tentam escondê-la, com medo de serem consideradas incapazes. Esta campanha é uma das iniciativas educacionais da ABN para diminuir o sofrimento das pessoas que têm a patologia e sofrem discriminação", afirma a neurologista.

Ironicamente, outro percalço enfrentado atualmente pelos portadores de EM tem origem no Ministério da Saúde. Uma consulta pública da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) aventa a possibilidade de acabar com a distribuição gratuita de um importante medicamento usado no combate à doença.

"Baseados em informações pouco confiáveis, os membros da CONITEC querem suspender o fornecimento de medicação essencial para muitos pacientes. A ABN vai responder à consulta pública por meio do seu Departamento Científico de Neuroimunologia, se posicionando contra".