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No Dia Internacional de Atenção à Pessoa com Lúpus, Congresso Nacional recebe iluminação roxa

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O Congresso Nacional estará com uma iluminação roxa neste domingo. A mudança no visual é em solidariedade à campanha nacional Lúpus - Uma Questão de Foco. O roxo é a cor mundial da doença, lembrada no dia 10 de cada ano, em âmbito internacional, conhecido como 

A campanha nacional de combate à doença pretende esclarecer a sociedade sobre os seus sintomas e tratamento. O Lúpus atinge cerca de 200 mil brasileiros. É uma doença autoimune, complexa e de difícil diagnóstico. Assim é o Lúpus Eritematoso Sistêmico, que pode atingir vários órgãos, incluindo pele, articulações, rins, pulmões e coração. 

O Lúpus está relacionado à predisposição genética e pode ser desencadeado por fatores hormonais e ambientais, tais como: luz solar, infecções e alguns medicamentos. A conscientização da sociedade é uma arma fundamental que poderá levar a um melhor entendimento da doença e, consequentemente, beneficiar milhares de pacientes. Por isso foi criada a campanha nacional Lúpus – Uma Questão de Foco, idealizada pela GSK com o apoio da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).

A iniciativa reúne médicos e pacientes no intuito de esclarecer e engajar a população para a doença enfrentada principalmente por mulheres em idade fértil (aproximadamente 9 em cada 10 pacientes são do sexo feminino), que podem enfrentar dificuldades na gravidez, tendo mais chances de aborto. Sintomas desencadeados pela doença, como dores constantes nas articulações, podem impedir atividades simples, como a prática de atividades físicas, e também a rotina de trabalho – mais de 50% dos pacientes param de trabalhar em até 15 anos após o diagnóstico de Lúpus. Não há cura para a doença, mas é possível controlar e conviver com ela com o acompanhamento médico regular. 

A campanha conta com um vídeo feito a partir de depoimentos de pacientes que se engajaram na luta por uma melhor qualidade de vida dos portadores de Lúpus. Há também uma página no Facebook (Lúpus – Uma Questão de Foco) que reúne pacientes, familiares e profissionais de saúde na troca de informações sobre a doença. 

“A campanha ajuda a conscientizar a sociedade para a importância do diagnóstico logo no início da manifestação da doença. O atraso compromete o tratamento. O lúpus deve ser mais divulgado em todas as áreas da Medicina: dermatologia, ginecologia, psiquiatria, etc. Um pré-diagnóstico no primeiroatendimento médico, solicitando exames e encaminhando o paciente aoreumatologista, poderia mudar a vida de muitas pessoas. O psiquiatra, por exemplo, ao receber um paciente com depressão também deve verificar se ele sofre com dores nas articulações ou com problemas na pele, indícios do lúpus. O quadro clínico da doença é variável e pode até parecer um quebra-cabeça, mas, com os exames de laboratório, as peças se encaixam. É importante lembrar que o fato de a pessoa ter lúpus não quer dizer que ela tomará corticoide para o resto da vida. Existem formas de otimizar o tratamento para controlar a doença com o mínimo de efeitos colaterais”, explica o médico Roger Levy, professor de Reumatologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), membro do Lupus Academy, vice-presidente da Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro e coordenador da Comissão de Vasculopatias da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Ana Geórgia Simão, portadora de Lúpus e autora do blog "A Menina e o Lúpus", conta como foi a sua experiência com a doença. “Passei dois anos da minha vida tomando injeções de benzetacil sem necessidade, porque infelizmente o médico que me acompanhava pelo SUS não conhecia o Lúpus. Apesar de eu ter nascido em 10 de maio, Dia Internacional de Atenção à Pessoa com Lúpus, sofri sem ter o diagnóstico durante dois longos anos. É de grande importância todo e qualquer tipo de manifestação em prol da conscientização da doença”.

Entendendo o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)

Existem três tipos da doença. O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), no qual um ou mais órgãos internos são acometidos; o Lúpus Cutâneo, que é restrito à pele e o Lúpus Induzido por Drogas, que surge após a administração de medicamentos, podendo haver comprometimento cutâneo e de outros órgãos – em geral há melhora com a retirada do medicamento que desencadeou o quadro.

Sintomas mais frequentes do LES

Cansaço, desânimo, febre baixa, perda de apetite, queda de cabelo, inflamação nas articulações - sendo esta observada em mais de 90% dos pacientes. As lesões de pele mais características são manchas avermelhadas no rosto, conhecidas como “lesões em asa de borboleta”. Podem ocorrer ainda manifestações em outros órgãos como rins, pulmão, coração e cérebro.

Diagnóstico

Muitas vezes, o LES é confundido com outras doenças, por isso é comum a demora no diagnóstico. Este é feito pela presença de manifestações clínicas combinadas a resultados de exames laboratoriais.

Tratamento

Deve ser individualizado, dependendo das manifestações apresentadas. O médico reumatologista determinará o tratamento mais adequado, sendo fundamental sua revisão constante em consultas realizadas a cada 3 a 6 meses (em períodos de atividade da doença, pode ser necessário acompanhamento mais frequente).5

Mito

O Lúpus não é contagioso e também não é um tipo de câncer. Trata-se de uma doença autoimune, ou seja, o sistema imunológico do paciente ataca o seu próprio organismo.