Uma hora você decide que vai finalmente
realizar sua tão sonhada plástica, mas na outra desiste dos planos só de pensar
nos riscos da cirurgia? Então, seja bem-vinda ao clube das mulheres que morrem
de medo do bisturi. Mas será que esses medos têm fundamentos? Fomos averiguar
junto a especialistas o que realmente é fato ou boato para que você se
tranqüilize, supere essa aflição e consiga realizar a tão sonhada cirurgia
estética.
Embora as lipoaspirações, os implantes de silicone, as rinoplastias e outras cirurgias sejam realizadas cada vez com mais frequência e menos riscos, há ainda quem resista a elas. No ranking dos grandes temores, aparecem, de acordo com os cirurgiões, a anestesia e a localização da cicatriz.
Mas se você está achando que o medo é fruto de insegurança descabida, pode começar a respirar tranquila. Afinal, segundo psicólogos, a tensão diante de uma cirurgia é normal e saudável. "Não sabemos como os cirurgiões operam, não sabemos como é o pós-operatório e se o resultado vai nos agradar. O medo é proporcional a falta de conhecimento sobre o assunto", explica o cirurgiào plástico Luis Henrique Bussinger , Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Tudo isso sem contar que se trata de um procedimento cirúrgico, o que nos remete, mesmo que inconscientemente, a hospital, anestesia e internação. "O fato de uma cirurgia plástica ser um procedimento definitivo também acaba gerando mais insegurança. Diferentemente de um corte de cabelo que ficou ruim e basta esperar o cabelo crescer novamente, uma rinoplastia malfeita, por exemplo, pode ser um problemão", justifica o médico. No entanto, o profissional alerta: "O importante é não deixar que o medo a impeça de procurar um cirurgião se um problema estético incomoda”.
A seguir, desvendamos o que é mito ou verdade no que se refere aos temores de quem ainda não criou coragem para operar:
Infecção hospitalar
Segundo a portaria do Ministério da Saúde número 2616, de 1998, todos os hospitais devem possuir uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, e é de responsabilidade do médico a escolha do local a ser realizada a cirurgia, que deverá seguir as normas do controle de infecção. Além disso, os especialistas afirmam que no pré-operatório é feita a profilaxia, ou seja, a prevenção por meio do uso de antibióticos para evitar os riscos do corpo contrair qualquer quadro infeccioso. Por parte das pacientes, é permitido ainda o direito de conhecer antes da cirurgia o hospital onde será internado para observar como é feito o atendimento, a higiene do lugar e o tratamento que os profissionais dão aos seus pacientes.
Passar mal com a anestesia
Antes, durante e depois do procedimento, a equipe médica deve tomar todas as precauções para garantir o sucesso da anestesia, parte fundamental para que a cirurgia aconteça com tranqüilidade. Segundo o Dr. Marcelo Galhardi, médico anestesiologista da equipe do Dr. Bussinger, são raras as complicações anestésicas devido ao bom preparo no pré-operatório e ao monitoramento das funções vitais garantindo a segurança enquanto a cirurgia é realizada. “É este procedimento que auxilia a equipe médica e ajuda consideravelmente a evitar as complicações pré-operatórias. Procedimentos cirúrgicos sempre são iniciados apenas após a anestesia estar devidamente aplicada e o paciente monitorado", ressalta o médico.
Embolia pulmonar
Embora rara a ocorrência, a embolia pulmonar afasta pacientes da mesa de cirurgia plástica. A complicação acontece apenas quando um coágulo que está fixo em uma veia se desprende e vai pela circulação até o pulmão, obstruindo a passagem de sangue por uma artéria. "Para afastar ao máximo os riscos de uma embolia pulmonar e de qualquer complicação durante a plástica, antes de todo ato cirúrgico cabe ao médico solicitar exames pré-operatórios que irão diagnosticar doenças sistêmicas. Se elas existirem, medidas preventivas e de tratamento serão tomadas para eliminá-las antes do dia da operação", tranquiliza o cirurgião plástico.
Não gostar do resultado
A insatisfação, no geral, ocorre porque se criam falsas expectativas quanto ao resultado da cirurgia. Algumas mulheres chegam ao consultório com o sonho de ficar com o visual igual ao de alguma famosa. Só que isso dificilmente vai ser possível, daí a decepção.
Assim, cabe ao médico não prometer realizar o que não vai conseguir fazer. "O primeiro passo para evitar a insatisfação com os resultados é a consulta médica. Nela, as dúvidas serão sanadas, as ansiedades minimizadas e as falsas expectativas retiradas. Durante a consulta, o médico deverá orientar a paciente sobre as limitações técnicas, entender o que ela deseja e eliminar expectativas infundadas", diz Bussinger.
Rejeição à prótese
Aumentar os seios ou bumbum com próteses de silicone está entre os procedimentos mais procurados atualmente, mas e se o organismo rejeitar a prótese? De acordo com o cirurgião, os índices de rejeição são praticamente desconsideráveis. "Estudos comprovam que, em geral, a rejeição a prótese é inferior a 1 %”, relata.
Perfuração dos órgãos durante a lipo
A escolha do profissional que seja membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica assegura consideravelmente um caminho para uma cirurgia bem sucedida e a redução de risco de perfuração dos órgãos. "A lipoaspiração é feita apenas na camada de gordura e não há risco de perfuração, desde que o profissional domine a técnica - como é o caso de médicos que sejam membros da Sociedade, que passam por uma série de avaliações antes de conseguirem o título", enfatiza.
Dicas para superar seu medo:
1. O primeiro passo para dominar o medo de operar é reconhecer que você tem medo.
2. Procure obter o máximo de informação possível.
3. Converse com pessoas que já fizeram cirurgias plásticas (e de preferência o mesmo procedimento que você deseja fazer) e procure esclarecer suas dúvidas.
4. Consulte com um cirurgião competente e em quem confie plenamente. Se possível, peça a recomendação de alguém.
5. Uma vez encontrado o cirurgião, tenha em mente que você vai colocar seu corpo e sua vida nas mãos dele. Você só deve operar se sentir que será bem amparada e confiar na competência do profissional.
6. Tenha expectativas realistas quanto o resultado final. Informe-se com o seu médico e procure mais de uma opinião. Converse com os cirurgiões para saber o que esperar e qual o resultado possível.
7. Peça ajuda aos seus amigos e familiares. O apoio deles é muito positivo e contribui a diminuir a ansiedade.