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Lagarta afeta plantações e mantém estados em condição de emergência

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Os estados da Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Piauí e Goiás tiveram a condição de emergência fitossanitária renovada por mais um ano. A causa da medida é a presença da lagarta Helicoverpa armigera, que, desde 2012, ataca as plantações de diversas culturas. Além desses estados, Alagoas e Maranhão também estão na condição de emergência e integram a lista das localidades com concentração da praga e que recebem do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento orientações para adotar medidas de combate.

A Helicoverpa armigera ataca a soja, o milho, o algodão, o sorgo, o tomate, e as plantas frutíferas, culturas importantes para o país. O diretor de sanidade vegetal do Mapa, Luís Rangel, explica que a praga não chega ser um risco para que outros países barrem os produtos brasileiros. “Não é um risco para as exportações, a não ser em termos de perdas de produtividade, mas  ela não é uma barreira fitossanitária”.

Rangel ressalta que as condições climáticas do oeste da Bahia são favoráveis para a proliferação da lagarta e que a região é hoje a área com maiores danos. Segundo ele, o ministério age em três frentes de combate. A primeira frente é quanto à regulação de produtos que podem ser usados para combater a Helicoverpa armigera. O controle da lagarta é feito por meio de produtos químicos e biológicos

A segunda ação é a pesquisa para desenvolver tecnologias feita pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e, em terceiro lugar, a educação sanitária com a orientação dos agricultores. “Explicar que várias estratégias de manejo conjuntas é que vão fazer com que a gente tenha sucesso de combate à praga. Só o uso de defensivos ou da tecnologia transgênica não são suficientes. É preciso fazer uma série de  estratégias em cadeia para que a gente possa ter o controle”.

Entre as ações já adotadas está a permissão para a importação temporária de agrotóxicos que contenham benzoato de emamectina como ingrediente ativo. Esta substância não é registrada no Brasil, pois nenhuma empresa fez o pedido. “É um produto que é usado no mundo inteiro em mais de 37 países, principalmente nos mais desenvolvidos, para o controle da Helicoverpa armigera. Aproveitamos esta experiência e, através de uma regulação específica, podemos autorizar apenas, neste momento de emergência, o uso pontual emergencial desse produto”. É possível fazer também uso de agentes de controle biológico, entre outras ações.

A lagarta foi identificada pela primeira vez no país em 2012. Na safra 2012/2013, só no oeste da Bahia, estima-se um prejuízo de R$ 2 bilhões. Rangel ressalta que as medidas adotadas ainda são consideradas emergenciais, mas que o conhecimento adquirido têm ajudado no combate. “Precisamos fazer com que os processos definitivos sejam concluídos para que a gente tenha ferramentas disponíveis em quantidade e qualidade para poder conviver com esta praga”.