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Novembro Azul: especialistas discutem avanços na saúde do homem em fórum

VII Fórum de Políticas Públicas e Saúde do Homem terá a presença do ministro da Saúde

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No último sábado (1) teve início o mês de prevenção e conscientização quanto ao câncer de próstata. Como abertura das atividades do chamado Novembro Azul, nesta terça (4), diversos especialistas em saúde masculina irão se reunir a partir das 14h no VII Fórum de Políticas Públicas e Saúde do Homem para debater e apresentar avanços relativos à saúde do homem. De acordo com um estudo divulgado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mais da metade dos homens não vai ao urologista ou cardiologista dentro da frequência recomendada. No Fórum serão debatidos temas como o rastreamento no câncer de próstata, cuidados com a saúde urológica, além de quadro evolutivo de doenças cardiovasculares e da saúde mental masculina, como estafa e estresse.

A edição deste ano do fórum contará com a presença do ministro da Saúde Arthur Chioro. O oncologista Evanius Wiermann, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), explica que das 14h até as 18h os especialistas irão discutir como melhorar a saúde do homem, que é culturalmente mais avesso a procurar médicos. “Os homens deixam para cuidar da saúde na última hora, não fazem o rastreamento adequado. Eles têm que se cuidar do mesmo modo que a mulher, nós queremos conscientizar sobre fazer essa prevenção”, conta.

De acordo ainda com o estudo da SBU, 83% não conhecem os sintomas da andropausa, período de queda da produção de testosterona que pode acarretar diversos problemas de saúde, e 48% não faz ideia do que seja o tratamento de reposição hormonal de testosterona, importante aliado no tratamento da andropausa.

Wiermann lembra ainda que o câncer de próstata é o tumor sólido mais frequente no Brasil e que, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), são identificados 68 mil novos casos por ano no Brasil. O oncologista lembra ainda que, na sociedade em geral, o câncer de próstata consegue ser mais prevalente que câncer de mama. “A incidência vem crescendo, o que hoje está se discutindo são quais as melhores formas de tratar. Você tem pacientes que desenvolvem o câncer de próstata e passam a vida inteira normalmente sem nem saber, enquanto que outros desenvolvem tumores que avançam de forma devastadora em um ano. A gente precisa descobrir mais sobre a evolução da doença”, explica.

Apesar da alta incidência, o oncologista identifica que vem aumentando a quantidade de homens que procuram pelo tratamento do câncer de próstata nos últimos anos. “Esse índice elevado faz com que os homens entendam que é importante correr atrás de um rastreamento. A gente tem percebido também que aspectos culturais têm mudado. A sociedade antigamente era ainda mais machista, um simples exame de toque retal era considerado inaceitável e hoje isso está mudando”, aponta.

Tratamentos de câncer de próstata

A necessidade de fazer o diagnóstico precoce é algo consensual no mundo todo, mas o mesmo não acontece com a questão do rastreamento do câncer de próstata em geral.  Algumas sociedades especialistas defendem que o rastreamento seja feito. A recomendação seria a de fazer anualmente o toque retal e do PSA em todos os homens a partir dos 50 anos. No caso de existir histórico familiar de câncer de próstata, a idade cairia para os 40. Por outro lado outros institutos e sociedades igualmente respeitados contra-indicam o check-up anual em homens assintomáticos, sem histórico familiar.

De acordo com Wiermann, a questão do rastreamento é algo ainda confuso e existe uma necessidade de identificar quais pacientes devem ser encaminhados para determinados tratamentos e quais desses tratamentos devem ser escolhidos em detrimento dos demais. “O câncer de próstata foi o tumor que mais teve desenvolvimento de tratamentos e que adquiriu novas drogas nos últimos anos, a biologia do câncer de próstata foi toda redefinida. Hoje temos novos tratamentos em imunoterapia, novas quimioterapias, vacinas para o câncer de próstata com baixa toxidade e que aumentam a sobrevida do paciente. Antes era uma doença muito monótona de ser tratada, agora a gente tem visto pacientes recebendo quatro, cinco linhas de tratamento. Hoje, o nosso problema é até saber como sequenciar os tratamentos, como fazer as melhores associações para cada caso”, explica.

Novembro Azul 2014

De acordo com a presidente do Instituto Lado a Lado Pela Vida, Marlene Oliveira, a campanha Novembro Azul 2014 cresceu substancialmente em relação aos anos anteriores. Estão previstas ações em estádios, em empresas e em locais comumente associados ao universo masculino. “Nesse ano são mais de 1.000 empresas participando com palestras ou com intervenções de acordo com a disponibilidade da empresa. Estamos fazendo uma campanha muito grande, o foco é ir onde o homem está. Temos alguns jogos de futebol onde os times vão entrar ou com a camiseta, ou com uma braçadeira”, explica.

Além disso, esse ano a campanha terá tendas nas entradas de alguns estádios para falar da doença e todos os finais de semana do mês terão alguma ação agendada. Marlene explica que, assim como aconteceu no Outubro Rosa, mês de conscientização quando ao câncer de mama, em novembro vários monumentos também serão iluminados. No dia 17, dia mundial do combate ao câncer de próstata, será a vez do Cristo Redentor, no Rio, ser iluminado de azul. “A importância é chamar a atenção da população masculina para que eles cuidem da saúde e para que façam a detecção precoce do câncer de próstata. Se o homem tiver esse diagnóstico cedo, as chances de cura aumentam em 90%”, conta.

*Do programa de estágio do JB