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Governo da Libéria isola 75 mil pessoas por vírus Ebola

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A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, decretou nesta quarta-feira (20) um toque de recolher e isolou mais de 75 mil pessoas em uma área da capital Monróvia. Os moradores do subúrbio de West Point e de um quarteirão da cidade de Kakata deverão ficar isolados e acordaram hoje com um grande cordão de isolamento feito por militares e pela polícia. 

Os homens estavam armados "pesadamente", informaram fontes locais. Eles também contaram que a comunidade ficou revoltada com a ação e atacou os militares com pedras. O clima é de muita tensão no local.

Além da Libéria, o ministro da Saúde da Nigéria, Onyebuchi Chukwu, anunciou que o médico que havia tratado a primeira pessoa contagiada pelo vírus no país morreu nesta segunda-feira. "Com esta morte, o número de vítimas do ebola subiu para cinco na Nigéria", disse Chukwu.

Já nos Estados Unidos, um paciente foi colocado em isolamento por suspeita de ter contraído a doença. A internação ocorreu no South Sacramento Medial Center da Califórnia e agora os especialistas estão fazendo análises de sangue para saber se ele tem mesmo ebola.

Até o momento, o ebola foi detectado em Guiné, na Libéria, na Nigéria e em Serra Leoa. Mas, os governos do Vietnã e do Myanmar anunciaram que estão analisando possíveis casos da doença em seus territórios.

Combate ao vírus

Dois robôs dos Estados Unidos foram enviados para a Libéria para ajudar no combate à doença. Segundo as autoridades, eles podem higienizar rapidamente uma área que tenha o vírus através de raios ultravioletas. Os equipamentos são ideais para hospitais que combatem ao ebola e as máquinas já são utilizadas em diversos hospitais norte-americanos.

De acordo com a equipe que está enviando os equipamentos, cerca de 10% a 15% das vítimas foram infectadas trabalhando no combate à doença.

Já especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciaram hoje que estão pensando em uma nova solução para combater o problema, já que a quantidade de medicamentos é ainda insuficiente para enfrentar a epidemia. Eles analisam a possibilidade de usar o plasma sanguíneo de quem sobreviveu ao ebola, já que eles produziram anticorpos que conseguiram combater o problema.

"Alguns estudos apontam que usar o sangue dos sobreviventes pode ser uma estratégia de sucesso. Em 1995, na República Democrática do Congo, oito pessoas infectadas receberam esta terapia e sete sobreviveram", disse David Wood ao jornal inglês The Independent.

Segundo a própria OMS, nessa atual epidemia, 40% das pessoas contaminadas conseguiram sobreviver. Os pesquisadores estão analisando o sangue delas para testar outras doenças e depois separam o plasma. Os anticorpos presentes no plasma são produtos dos glóbulos brancos em resposta à invasão externa do corpo.

A Universidade do Texas anunciou nesta segunda-feira que encontrou a cura para um vírus "irmão" do ebola em animais. A terapia desenvolvida pelos pesquisadores foi realizada com macacos para o vírus Marv-Angola, que tem 90% de letalidade para os doentes, e ela conseguiu curar os primatas em até 3 dias após eles terem contraído a doença.

 

Save the Children

O diretor regional para Emergências Humanitárias da ONG Save the Children, Rob MacGillivray, afirmou que "esta é a maior epidemia de ebola que o mundo já viu". Ele contou que a entidade está trabalhando para que o vírus não atinja às crianças em grande escala, já que os pais mantêm as crianças longe dos centros médicos.

MacGillivray pediu o envio de pediatras para fazer um tratamento específico para as crianças contaminadas.

A epidemia de ebola já matou 1230 pessoas e infectou outras 2240, segundo o último balanço divulgado pela OMS.