ASSINE
search button

El País: América Latina não tem anticorpos para combater o chikunguña

Compartilhar

O El País, em matéria publicada neste domingo (17), alerta para os riscos de uma epidemia que começa a fincar os pés na América Latina: o chikunguña.  Segundo o jornal, o vírus se propagou rapidamente pela América Latina e pelo Caribe e já causou a morte de 21 pessoas e infectou cerca de 6 mil. Uma quantidade baixa se comparada a outras infecções similares, mas que preocupa os especialistas devido a sua aparição recente, ou seja, toda a população latino-americana  é suscetível à doença.

Assim como o Ebola, que atualmente é uma preocupação global, o chikunguña veio da África. O nome complicado do vírus quer dizer “dobrar-se em dor”, na língua makonde, de onde o vírus é nativo. Foi dessa região que surgiram os primeiros infectados pela doença que, posteriormente, se estendeu para a Oceania, sudeste asiático e alguns lugares dos Estados Unidos. O mais preocupante dessa doença recente é que o vetor é o Aedes aegypti, conhecido por transmitir o vírus da dengue.

Na América – latina os primeiros casos foram detectados no final de 2013 e já existe uma suspeita de que 500 mil pessoas tenham contraído a doença, principalmente no Caribe. Em entrevista para o El País, Fernando Lavadenz, especialista em saúde do Banco Mundial explica que o ciclo de migrações e viagens freqüentes podem ter espalhado o vírus. O Aedes aegypti se torna o vetor do chikunguña após picar uma pessoa infectada com a doença. “Até o momento existem 30 países da América Latina com registros da doença”, explica Lavadenz. “Certamente algumas dessas pessoas não usam proteção e foram mordidos pelos mosquito Aedes aegypti. Após mudar-se de volta ao seu país, quando o vírus já está no fluxo sanguíneo as pessoas se tornam potenciais transmissores da doença, quando picado por mosquitos que não têm o vírus”.

Uma outra razão para a preocupação, segundo o El País é que a doença não existe nas regiões do Caribe e da América Latina  “Isto é, não há nenhum histórico de anticorpos para chikunguña, nenhuma resistência natural contra a doença, de modo que a taxa de ataque de mosquitos é muito alta. Finalmente, o fato de o vetor do Aedes aegypti é o mesmo do chikunguña, o que faz com que países com altas taxas de dengue sejam suscetíveis a  doença” conclui Lavandez para o El País.

Além disso, Lavandez destaca que é necessário que os países da América Latina adotem políticas de vigilância de saúde que possam detectar a doença o mais rápido possível “Os países com um bom sistema de vigilância são mais capazes de enfrentar o chikunguña”, destaca.

“Por outro lado, você tem que fornecer formação e informação aos profissionais de saúde. Saber qual é a letalidade da doença, suas características clínicas e ter diretrizes nacionais, incluindo indicações para combater e detectar”, conclui Lavandez para o El País.