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'The Telegraph': Torcedores estrangeiros correm risco de pegar dengue no Brasil

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Autoridades de saúde pública teriam dito que milhares de fãs de futebol poderiam estar em risco de dengue por conta do mundial no Brasil, de acordo com o jornal inglês The Telegraph. O jornal pontua também que inserção de mosquitos geneticamente modificados na natureza poderia ser solução para o problema.

O jornal pontua que com cerca de três milhões de bilhetes vendidos para a Copa do Mundo, cerca de meio milhão de torcedores são esperados no Brasil em junho e julho deste ano. Segundo a matéria, que traz declarações do professor de Epidemiologia da Universidade de Oxford Simon Hay, os fãs da Copa do Mundo poderiam estar em risco por conta de um problema muito mais grave do que queimaduras solares ou insolação.

O The Telegraph lembra que a dengue é endêmica em partes do Brasil e que 1,4 milhões de casos foram diagnosticados pelo país em 2013. Cientistas da equipe do professor Hay teriam identificado nove dos estádios do Brasil onde ocorrerão jogos como sendo em áreas atingidas pela dengue.

O jornal diz que a Fifa, as autoridades brasileiras e os patrocinadores deveriam estar se empenhando mais em comunicar os torcedores sobre esse risco. Apesar da temporada de dengue geralmente terminar em maio, um mês antes da Copa do Mundo começar, o jornal diz que o Nordeste do Brasil está passando por uma onda de calor. Com isso, as autoridades de saúde pública estariam alertando que a época de reprodução do mosquito transmissor poderia se estender pelo período da Copa do Mundo.

As cidades nordestinas de Natal, Fortaleza, Recife e Salvador sediarão 21 jogos, incluindo a Alemanha contra Portugal, Espanha contra Holanda e, potencialmente, vários jogos de Inglaterra. O jornal lembra que o primeiro jogo da Inglaterra contra a Itália será inclusive realizado em Manaus, na região amazônica.

Outro dado que o jornal inglês apresenta é que, segundo pesquisadores do clima da Universidade de Reading, existe um quadro de 60% de possibilidade do evento climático El Niño se manifestar durante a Copa do Mundo, o que poderia causar ondas de calor e seca no Brasil, criando condições ideais para a procriação dos transmissores da doença, os mosquitos Aedes aegypti, que picam durante o dia e colocam seus ovos em água parada.

O jornal pontua que não há uma vacina para a dengue, e que por isso os órgãos de saúde pública no Brasil têm tentado reduzir a ameaça de dengue utilizando inseticidas e larvicida, por exemplo. Contudo, poderia haver uma nova solução a tempo de ser aplicada para a Copa do Mundo.

A empresa britânica Oxitec criou um mosquito com um gene modificado que apenas poderiam ser mantidos vivos com o antibiótico tetraciclina. Os machos modificados seriam liberados para acasalar com a população feminina selvagem. A prole seria incapaz de sobreviver sem antibióticos.

O jornal conta que o Brasil, nos últimos dois anos, teria realizado uma experiência com mosquitos geneticamente modificados no estado da Bahia. A empresa brasileira Moscamed teria lançado um enxame de mosquitos transgênicos em Jacobina, Bahia. Até o momento, a empresa teria reportado uma queda de 90% de mosquitos selvagens Aedes aegypti  na cidade, de acordo com o The Telegraph.