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Rainha concede perdão a Alan Turing após 59 anos

O pai da computação, que teve papel decisivo na Segunda Guerra, foi condenado por ser gay

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O matemático britânico Alan Turing, que teve um papel decisivo na Segunda Guerra Mundial, recebeu o perdão real póstumo da rainha Elizabeth II nesta terça-feira (24/12) após 59 anos de sua condenação por ser gay.    

Turing, considerado um gênio da matemática e pai da computação, morreu em 1954 aos 41 anos, intoxicado com cianeto, veneno usado na época por suicidas. Porém, no caso dele, o suicídio nunca foi confirmado.    

O cientista foi condenado dois anos antes de sua morte por indecência e obrigado à castração química por causa da sua homossexualidade, ilegal no Reino Unido até 1967.    

Durante a sua vida, Turing criou as bases da informática moderna definindo os critérios da "inteligência artificial" usada nos dias atuais, além de criar o Colossus, um dos primeiros computadores programáveis. Mas ficou famoso sobretudo por decifrar os códigos "Enigma", considerados indecifráveis e usados pelos alemães nos submarinos em navegações no Oceano Atlântico durante a Segunda Guerra Mundial, fato que para alguns historiadores contribuiu para a queda de Adolf Hitler. 

Turing foi agraciado 59 anos após a sua morte em ocasião da proposta do Ministro da Justiça, Chris Grayling que destacou como o matemático foi "um homem excepcional, com uma mente brilhante".  "A sua vida foi ofuscada pela condenação por homossexualidade que hoje podemos considerar injusta e discriminatória e então deve ser anulada", defendeu o ministro.    

Foram realizadas varias campanhas no Reino Unido para agraciar Turing, em 2009 o então primeiro-ministro Gordon Brown destacou como o cientista foi tratado de forma horrível e se desculpou em nome do governo britânico.    O atual primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou hoje que Turing foi "um homem notável que teve um papel indispensável no salvamento deste país na Segunda Guerra Mundial".