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USP vai sediar centro multidisciplinar de tecnologia

Espaço voltado ao desenvolvimento de pesquisas de impacto é convênio com a Microsoft

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Com o objetivo de produzir pesquisas científicas sobre assuntos relacionados ao mundo dinâmico da tecnologia, a Microsoft e a USP (Universidade de São Paulo) firmaram um acordo de cooperação que prevê a criação de um centro de estudos voltado a analisar os impactos tecnológicos no mundo contemporâneo. Intitulado Centro de Estudos de Tecnologia e Sociedade, o espaço terá um caráter multidisciplinar ao propor a participação de pesquisadores da universidade oriundos de várias áreas de conhecimento: do direito à economia, passando pela tecnologia da informação e ciências da computação.

Sendo a primeira iniciativa dessa natureza proposta pela Microsoft a uma universidade latino-americana, o centro de estudos terá como propósito a elaboração de estudos sobre propriedade intelectual de hardwares, privacidade on-line, proteção de dados digitais, armazenamento de informações em nuvem, entre outros assuntos correlatos. Outras iniciativas semelhantes já foram propostas pela empresa a universidades como a de Tsinghua, na China, e a de Washington, nos Estados Unidos.

Assinado na última semana, o protocolo de parceria prevê investimentos superiores a R$ 1,6 bilhão até 2015, todo ele bancado pela gigante da tecnologia. Ambas as entidades apostam  no trabalho interdisciplinar dos pesquisadores como forma de produzir inovação científica e conhecimentos que gerem impacto social. A unidade de pesquisa recém anunciada se junta à outro espaço sediado na USP também focado em inovação: o Centro Interdisciplinar em Tecnologias Interativas, que tem a Usina de Ideias (“Think-tank”)e os FabLabs (Fábricas-Laboratório) como conceitos estruturantes.

Mesmo envolvendo assuntos de interesse da empresa, a USP informa que os temas e o desenvolvimento das pesquisas serão propostos de forma independente pela instituição. “A coordenação e a administração do centro será feita pela universidade, sem qualquer interferência da Microsoft em metodologias e conclusões das pesquisas realizadas, garantindo total independência acadêmica”, afirma, em nota, a USP.

Os recursos  previstos no acordo entre as entidades serão utilizados para melhorias físicas no espaço físico a ser utilizado como local base – o local ainda não foi divulgado –, para o auxílio no desenvolvimento das pesquisas, no financiamento da vinda de pesquisadores especialistas sobre os respectivos temas e também para a realização de encontros científicos sediados na universidade.

“Esse centro irá estimular que alunos e professores desenvolvam papers sobre temas relevantes para o País e, certamente, será referência para a sociedade avançar em áreas que colaboram para a competividade nacional”, disse, por meio de comunicado, Rodolfo Fücher, diretor de assuntos corporativos da Microsoft Brasil.