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Pesquisa brasileira prova que células-tronco são capazes de reconstruir órgãos

Experiência do RS foi feita em animais e teve 50% de êxito no tratamento de tecidos e nervos

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Uma pesquisa genuinamente brasileira, que teve seus resultados concluídos esta semana, revelou que a chance de regeneração de tecidos, órgãos e cartilagens por meio de células-tronco chega a 50%. O trabalho foi desenvolvido pela estudiosa Patrícia Pranke, coordenadora do Laboratório de Hematologia e Células-Tronco da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O trabalho foi feito junto com outros 20 pesquisadores.

Conforme explicou Patrícia, o objetivo do trabalho desenvolvido nos últimos anos foi investigar qual a probabilidade da regeneração de vasos e nervos usando a nanotecnologia. Os testes foram feitos em porcos que tiveram os focinhos e a faringe lesionados. Ambas as partes do corpo foram reconstruídas com a técnica em 50% dos animais.

Os resultados, segundo a pesquisadora, apontam que há grandes chances de reconstruções de órgãos humanos. Assim, testes em humanos devem ser realizados nos próximos meses. Há grande expectativa da equipe de pesquisadores da UFRGS de que os resultados verificados nos animais sejam os mesmos em humanos. Assim, há chance da técnica ser adotada na rede de saúde do Brasil.

"Com o bom resultado que notamos, temos que testar mais em animais para depois pensarmos em pedir autorização do comitê de ética em humanos. No caso dos bichos, a pesquisa mostrou que a técnica é perfeitamente capaz de refazer a laringe, por exemplo. Ou seja, em casos de laringectomia para tratamento de câncer, há uma chance de reconstrução através das células-tronco. Isso é muito positivo para os pacientes brasileiros", destaca a pesquisadora.

Barateamento para rede pública

Apesar de a pesquisa ainda não ter sido feita em humanos, os pesquisadores já falam em usar a técnica em larga escala, na rede pública de saúde de todo o Brasil.

"Tudo depende dos testes que temos nos próximos meses, com humanos. Mas a nossa expectativa é de que o trabalho seja levado para o maior número de pessoas possível. Tudo depende também da matéria prima a ser usada. A base desta técnica são os polímeros (tipo de resina). Podemos usar polímeros mais baratos ou mais caros. Ainda estamos pesquisando quais as melhores matérias-primas", pontua Patrícia.