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Faculdade de Ciência Médica da Uerj atua para melhorar formação em oncologia 

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Criada há 12 anos na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Rede de Pesquisa em Oncobiologia reúne mais de 300 pesquisadores de diferentes instituições – como Instituto Nacional de Câncer (Inca), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) – e desenvolve dezenas de projetos.

A Liga de Oncologia da Faculdade de Ciência Médica da Uerj é um desses projetos. Coordenada pela professora Maria Helena Ornellas, a Liga foi criada em 2008 por alunos do curso de graduação com o objetivo de melhorar a formação profissional daquela universidade na área da Oncologia.

“Na Uerj temos um currículo deficitário no curso de Medicina. Não temos uma disciplina que integre o conhecimento do conjunto de doenças ligadas ao câncer e nem uma noção de como fazer a prevenção e o rastreamento da doença de forma sistematizada”, disse Diego Valente, fundador da Liga.

“O conhecimento da oncologia é fragmentado ao longo de todo o currículo. Assim, a formação médica fica deficitária”, disse Valente durante o 6º Simpósio de Oncobiologia, realizado pelo Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ no fim de setembro, no Rio de Janeiro.

Valente destaca que, de acordo com os ministérios da Educação e da Saúde, o objetivo do curso de Medicina é a formação de um médico generalista.

“Mas para um médico generalista atuar de forma eficaz ele precisa ter um conhecimento pleno, tem que estar capacitado para atuar em todas as dimensões: prevenção, diagnóstico, fazer o rastreamento da doença e acompanhar o paciente ao longo do tratamento”, disse.

Atualmente, a Liga oferece um curso extracurricular teórico-prático, ministrado por profissionais capacitados na área, que compartilham suas experiências com os alunos desde a pesquisa básica sobre o câncer até novos tratamentos.

A Liga de Oncologia desenvolve atividades junto à população sobre prevenção do câncer, ensinando desde os benefícios de não fumar até o uso do protetor solar.

“As neoplasias estão aumentando exponencialmente e se tornaram um grave problema de saúde pública sem que tenhamos a formação de um profissional capacitado para atuar diante desse problema. É importante que todo médico tenha um conhecimento sobre prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce”, disse Valente.

“O controle do câncer também tem a ver com a formação de um profissional capacitado em todas as esferas do conhecimento – do médico ao farmacêutico – para atuar na prevenção e no controle da doença”, disse.

Para Valente, a noção de integralidade em saúde é importante. O estudo do câncer não é biológico ou molecular.

“O indivíduo é mais do que uma inserção de moléculas e de fenômenos biológicos. Ele é uma interação complexa do biológico, psicológico, social, espiritual, ambiental. E se não conseguirmos entender isso de uma forma integral, não vamos conseguir atuar no controle do câncer de forma efetiva”, disse.

Agência Fapesp