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Pessoas públicas mentem com maior frequência, dizem especialistas

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A mentira é um comportamento normal do ser humano para nos preservar de uma possível punição. Segundo o dicionário Michaelis, mentira significa “dizer uma afirmação contrária à verdade; dar informação falsa (a alguém) com a finalidade de um engano propositado”. De acordo com Sérgio Schmidt, da Academia Brasileira de Neurologia e professor da (Uerj), a definição depende do ator da ação, já que ele que não vai dizer a verdade.  

“O ator (mentiroso) vai definir a intensidade da definição de mentiras. Existem diversos tipos de mentiras” afirma o professor da Uerj.

Segundo Mônica Portela, professora de psicologia da PUC, os mentirosos têm a tendência de pedir que repetiam a pergunta com a finalidade de conseguir pensar mais tempo na resposta. Além disso, eles emitem uma série de sinais comportamentais através da linguagem e do corpo, quando faltam com a verdade de maneira intencional.

“Meus estudos mostram que os mentirosos apresentam sinais na linguagem quando mentem, por exemplo, falam mais pausadamente para ter mais tempo para responder e pedem para repetir a pergunta pelo mesmo motivo. Além de ter um tom de voz mais agudo. Também podem ser observados sinais corporais, como os gestos diminuem e se apresentam de maneira incoerente com a fala. Assim, se a pessoa fala mais, faz um gesto de menos”, explica a professora.   

As pessoas públicas são mais suscetíveis na arte de enganar com maior frequência, porque acabam criando um mundo diferente da realidade. Os políticos, por exemplo, têm que modificar suas emoções para parecerem mais simpáticos. Já os professores não podem deixar o lado emocional atrapalhar a aula e a motivação dos alunos.  Não há muita diferença entre a omissão e a mentira, pois os sinais psíquicos são parecidos.

“Os sinais são parecidos e apresentam variáveis, de acordo com o contexto da pergunta, o que leva à omissão. Mas, essencialmente, omitir é outra maneira do transtorno de conduta”, analisa o Schmidt.

De acordo com Monica Portela, quanto mais a pessoa diz algo próximo da verdade, mais é difícil identificar a distorção comportamental, uma vez que vai apresentando comportamento psíquico menos distorcido.

A pressão pode modificar o comportamento das pessoas, uma vez que aumenta a ansiedade. Entretanto, a mentira não pode ser considerada um mecanismo de defesa, já que é um comportamento natural para preservar o indivíduo de uma possível punição, segundo a professora da PUC-Rio.

Mulheres demonstram mais sinais comportamentais da mentira do que o homem, ou seja, elas têm dificuldade maior para esconder as emoções.