Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que mais de 35 milhões de pessoas estão sofrendo com demência em todo o mundo. Segundo a agência, o Brasil é o nono país com o maior número de casos. Ao todo, existem 1 milhão de pacientes com demência.
O relatório "Demência, Uma Prioridade de Saúde Pública", lançado nesta quarta-feira, em Genebra, sugere ainda que os países de rendas baixa e média abrigam metade de todos os doentes. De acordo com a OMS, se nada for feito para prevenir e tratar a demência, o número de casos pode triplicar nos próximos anos.
Em entrevista à Rádio ONU, de São Paulo, o professor da Unesp e ex-coordenador de Saúde Mental da OMS, José Bertolote, falou sobre os sintomas.
"Os primeiros sinais de demência são uma perda de memória . Ela (a vítima) esquece onde colocou as coisas e o que deve fazer, Então a doença começa desta forma. Numa situação destas, a pessoa deve se preocupar e procurar ajuda ou uma forma de certificar o diagnóstico , dependendo das condições possíveis e da fase de evolução da doença", defendeu.
Até 2050 mais de 22% da população acima de 60 anos sofrerão de demência. Mais de oito em cada 10 casos vão ocorrer nos países em desenvolvimento.
Atualmente, a China com 5,4 milhões de pessoas com demência, lidera a lista dos países com o maior número de casos.
A OMS afirma que, nos próximos 30 anos, até 115 milhões de pessoas deverão viver com demência. Segundo a agência, a falta de diagnóstico, informação e compreensão acerca da demência tem sido o maior desafio na luta contra a doença.
Além disso, pacientes com demência são estigmatizados e isolados, e muitas vezes têm a atenção médica negada.