ASSINE
search button

Estudo aponta caminhos para combater o carcinoma inflamatório 

Compartilhar

Cientistas do Fox Chase Cancer Center, um dos principais institutos de oncologia nos Estados Unidos, anunciaram ter conseguido desenvolver um modelo em célula animal que pode ajudar a compreender e a produzir medicamentos mais eficientes para o combate ao carcinoma inflamatório, forma de tumor na mama relativamente rara e bastante agressiva. O trabalho foi apresentado durante o encontro anual da Associação Americana para Pesquisa do Câncer (AACR, na sigla em inglês), realizado na manhã desta quarta-feira em Chicago.

O carcinoma inflamatório representa até 3% dos casos de câncer de mama. A taxa de sobrevivência das mulheres cinco anos após o diagnóstico da doença varia entre 25% e 50%, o que é significativamente menor do que o registrado em outras tipos de câncer de mama. O prognóstico negativo é consequência da velocidade do crescimento e da rápida propagação das lesões para outras partes do corpo, como o cérebro, ossos e linfonodos. 

Verificou-se que, em culturas desenvolvidas a partir de material coletado de pacientes, havia grande quantidade dos marcadores CD151 e CD44, que estão relacionados ao mecanismo que permite às células tumorais invadir e se espalhar pelas saudáveis. Ao injetarem a substância na glândula mamária de ratos, os pesquisadores notaram que, em pouco tempo, os animais apresentaram lesões malignas não só no local, mas também no pulmão. 

Análises genéticas possibilitaram a identificação de uma anomalia nos cromossomos ligada ao carcinoma inflamatório, o que, no futuro, permitirá definir um alvo molecular específico para os tratamentos. "Penso que este é um passo importante para que nós, médicos e cientistas, possamos desenvolver melhores terapias e ferramentas para o diagnostico da doença. Queremos transportar nossas descobertas do laboratório para os leitos o mais rápido possível pois sabemos que estes pacientes precisam de novas alternativas", diz o oncologista Massimo Cristofanilli, líder do projeto.

O câncer de mama

Além do aparecimento de nódulos no seio, os principais sinais da doença, cuja incidência cresce em mulheres a partir dos 35 anos, são alterações no formato, na coloração e na textura da mama. Os mamilos podem ainda retrair-se, inchar-se ou apresentar secreção sanguinolenta ou com aspecto de água. Outro sintoma importante é a alteração na mamografia, capaz de detectar tumores impalpáveis.

Para prevenir a enfermidade é recomendado praticar exercícios físicos com regularidade, não fumar e adotar uma dieta equilibrada, sem o consumo de bebidas alcoólicas. Mulheres que menstruaram antes dos 12 anos, com histórico da doença na família e que não tiveram filhos ou foram mães após os 30 anos devem ficar atentas. A exposição excessiva a tratamentos com Raio X e estrógeno também se constituem em fatores de risco.

Embora amplamente divulgado pela mídia, o autoexame não é indicado pelo Inca, pois enseja um número de falso-positivos pelos pacientes. A maneira mais eficaz de detectar a doença é através de consultas com profissionais qualificados. O exame clínico das mamas deve ser feito uma vez por ano pelas mulheres que têm entre 40 e 49 anos. A partir dos 50, a mamografia (raios-x das mamas) deve ser realizada a cada dois anos, ou de acordo com prescrição médica. A Sociedade Brasileira de Mastologia preconiza iniciar o rastreio mamográfico a partir dos 40 anos, com intervalo médio de cerca de 12 meses.